JOB
J O B
Seu nome: Job da Mota Fernandes. Conheci o Job quando entrei para a MINASCAIXA, em 1970. Antes de assumir a gerência da Caixa em Calambau, eu havia feito estágios em BH e Barbacena. Esses estágios eram feitos, geralmente, em poucos dias, não dando para a gente assimilar todo o serviço, isto é, a prática.
Foi nesse início que contei com o auxílio do amigo Job. Surgia uma situação diferente, era só ligar para o Job que a solução era encontrada.
Participamos de várias reuniões com os regionais que tivemos, com a Diretoria em BH, Juiz de Fora e várias outras cidades. Estávamos sempre juntos: Job, o Jacinto de Paula Cândido e eu. Geralmente, nesssas reuniões nós revesávamos os carrros. Quando era a vez do Jacinto eu ia até Senador Firmino, deixava o carro na casa do Job e íamos em seu carro até Divinésia, onde nos aguardava o Jacinto.
Após as nossas reuniões, quando o pessoal já estava liberado, a turma ia para um bar tomar uns goles. O Job gostava muito de uma cachaça com coca ou então rum e coca. A dica de que ele já estava no ponto, era quando ele se dirigia à turma e dizia: “ Por Nossa Senhora da Conceição que a Chácara (bairro de Senador Firmino) é maior que Calambau”... A turma ria e dizia: começou!
Certa vez tínhamos uma reunião em Juiz de Fora. O Jacinto já estava à nossa espera no trevo de Divinésia/ Paula Cândido. Acontece que uma semana antes, havia morrido a mãe do Presidente da Caixa. O Altivo trabalhava na nossa Regional e comunicou às Agências que todos os gerentes deveriam passar um telegrama de pêsames ao Presidente, conforme orientação do Gerente Regional. Para essa viagem à Juiz de Fora, assim que cheguei a Senador Firmino, o Job combinou comigo para dizermos ao Jacinto que a mãe do Presidente não havia morrido, que foi um engano do Altivo. Dito e feito. Assim que entramos no carro do Jacinto o Job vira para mim e diz: - Murilo, você passou o telegrama para o Presidente? Aí eu respondi: - não passei, porque fiquei sabendo que foi um engano do Altivo... O Job continuou: - eu também fiquei sabendo e não passei... Foi a conta do Jacinto dar uma freada brusca no seu Opala, parar o carro e gritar: - Aquele f.d.p. do Altivo me paga, ele não me avisou e passei o telegrama. Agora, com que cara vou chegar perto do Presidente... Desviávamos o assunto e o Jacinto sempre repetindo: - como é que eu vou fazer? A certa altura, o Job falou: - às vezes você dá sorte e ela morre mesmo... – Isso não vai acontecer, pois, passei o telegrama há uma semana!, disse o Jacinto. Chegando a Juiz de Fora, o Jacinto ficou sabendo que era uma brincadeira do Job e minha. _ Ainda vou descontar esta, cambada de f.d.p!, disse o Jacinto.
O Job presidente do Nacional!
Certa vez, a U.S.E. de Calambau, time do qual eu era presidente, foi jogar com o Nacional de Senador Firmino. Assistimos ao jogo juntos. No primeiro tempo, ganhávamos por 3x0. Aí cutuquei o Job: - pelo jeito, vocês vão levar de seis... O Job retrucou: - quem ri por último ri melhor... Não deu outra: tivemos um jogador expulso e o Nacional virou para 4x3!
O Job que amava a sua família... Quando viajávamos juntos, após termos tomado o delicioso café da manhã preparado pela sua esposa D. Artemíria, o Job falava-me muito de sua família. A adoração pela esposa e a preocupação com os filhos que ainda eram estudantes.
Certo dia, veio a notícia do seu passamento. Foi um choque para nós, seus colegas e amigos. Todos os colegas da região estiveram presentes na homenagem final, inclusive o Diretor Financeiro da Caixa, Celso Donato, que esteve representando a Diretoria.
O Job foi um grande homem e amigo!