PESAR E SAUDADES: BARROS PINHO
"pássaro escreve / escreve na folha / no vento na chuva /
no rio no mar / na sílaba do sol / na metáfora do canto /
semântica do verde / estranho poeta / semente de vida /
na carta do pássaro" (Último poema, tambem título do
último livro de Barros Pinho, "carta do pássaro", p. 76)
Com profundo sentimento de pesar, damos a público o falecimento, às seis horas da manhã deste sábado, 28 de abril, em Fortaleza, do poeta José Maria Barros de Pinho, o nosso comum amigo Barros Pinho.
Administrador de empresas, antes de tudo educador e poeta, ele vinha sofrendo de um câncer prostático, fazia algum tempo.
Nascido em 25 de maio de 1939, na ribeira do rio Parnaíba, em Teresina, Piauí, mas cearense de coração e de todo o seu tirocínio estudantil, ora em grêmios literários, ora nas lutas universitárias e do glorioso Partido Comunista Brasileiro.
Além do intelectual que era, como poeta e contista, ainda que de família humílima, por suas próprias qualidades de orador eloquente e carismático, fez-se político pelo PMDB-CE, tendo sido vereador, deputado estadual, secretário do Estado e do Município (em ambos como Secretério da Cultura) e prefeito de Fortaleza.
Membro da Academia Cearense de Letras e da Academia Cearense de Retórica, Barros Pinho participou ainda, sempre com destaque, da Academia Fortalezense de Letras.
Mesmo acometido do câncer que o ceifou, diligente e laborioso, em seus últimos dias ainda geria a Fundação de Cultura de Maracanaú, cidade onde também exerceu o cargo de Chefe do Gabinete do Prefeito.
De sua safra literária, podemos destacar: “Planisfério”, poesia, 1969; “Natal de barro lunar e quatro figuras no céu”, poesia, 1970; “Circo encantado”, poesia, 1970; “Natal do castelo azul”, poesia, 1986; “Pedras do arco-íris ou a invenção do azul no edital do rio”, poesia, 1998; “Mundica, mulata do cais”, contos, 2002; “A viúva do vestido encarnado”, contos, 2002; “Carta do pássaro”, poesia, 2004.
Em prosa chã e versos amoráveis, ainda integrou várias antologias editadas no Ceará e em outros Estados brasileiros.
Poeta lírico e telúrico, abundantemente as duas coisas, a um só tempo. Boêmio, às vezes, às noites-madrugadas das nossas sextas-feiras, quando, em grupo seleto do seu então Colégio Oliveira Paiva, nós dividíamos as cervejas e as estrelas cadentes, em animadas “conversas de beira de copo”.
Para o poeta Barros Pinho, sem chaleirice alguma, eis dele a melhor definição: foi um ser extremamente solidário. À família do menestrel que se vai, em particular à viúva dele, D. Aracimir Pinto de Pinho, e aos filhos, a nossa doída solidariedade. Viva o poeta Barros Pinho!
Fort., 28/04/2012.
"pássaro escreve / escreve na folha / no vento na chuva /
no rio no mar / na sílaba do sol / na metáfora do canto /
semântica do verde / estranho poeta / semente de vida /
na carta do pássaro" (Último poema, tambem título do
último livro de Barros Pinho, "carta do pássaro", p. 76)
Com profundo sentimento de pesar, damos a público o falecimento, às seis horas da manhã deste sábado, 28 de abril, em Fortaleza, do poeta José Maria Barros de Pinho, o nosso comum amigo Barros Pinho.
Administrador de empresas, antes de tudo educador e poeta, ele vinha sofrendo de um câncer prostático, fazia algum tempo.
Nascido em 25 de maio de 1939, na ribeira do rio Parnaíba, em Teresina, Piauí, mas cearense de coração e de todo o seu tirocínio estudantil, ora em grêmios literários, ora nas lutas universitárias e do glorioso Partido Comunista Brasileiro.
Além do intelectual que era, como poeta e contista, ainda que de família humílima, por suas próprias qualidades de orador eloquente e carismático, fez-se político pelo PMDB-CE, tendo sido vereador, deputado estadual, secretário do Estado e do Município (em ambos como Secretério da Cultura) e prefeito de Fortaleza.
Membro da Academia Cearense de Letras e da Academia Cearense de Retórica, Barros Pinho participou ainda, sempre com destaque, da Academia Fortalezense de Letras.
Mesmo acometido do câncer que o ceifou, diligente e laborioso, em seus últimos dias ainda geria a Fundação de Cultura de Maracanaú, cidade onde também exerceu o cargo de Chefe do Gabinete do Prefeito.
De sua safra literária, podemos destacar: “Planisfério”, poesia, 1969; “Natal de barro lunar e quatro figuras no céu”, poesia, 1970; “Circo encantado”, poesia, 1970; “Natal do castelo azul”, poesia, 1986; “Pedras do arco-íris ou a invenção do azul no edital do rio”, poesia, 1998; “Mundica, mulata do cais”, contos, 2002; “A viúva do vestido encarnado”, contos, 2002; “Carta do pássaro”, poesia, 2004.
Em prosa chã e versos amoráveis, ainda integrou várias antologias editadas no Ceará e em outros Estados brasileiros.
Poeta lírico e telúrico, abundantemente as duas coisas, a um só tempo. Boêmio, às vezes, às noites-madrugadas das nossas sextas-feiras, quando, em grupo seleto do seu então Colégio Oliveira Paiva, nós dividíamos as cervejas e as estrelas cadentes, em animadas “conversas de beira de copo”.
Para o poeta Barros Pinho, sem chaleirice alguma, eis dele a melhor definição: foi um ser extremamente solidário. À família do menestrel que se vai, em particular à viúva dele, D. Aracimir Pinto de Pinho, e aos filhos, a nossa doída solidariedade. Viva o poeta Barros Pinho!
Fort., 28/04/2012.