Fana
Vou tentando perceber,
Que mensagem queres passar
Todo o dia em meu redor
Todo o dia a pedinchar...
Fana, Fana!
Tu tás bona?
Fana , Fana!
Como tás?
Dá-me um bolo!
Fana, Fana
Ou então, o que me dás?
Vai-te embora, Vera Lúcia,
Que eu preciso trabalhar!
Não te dou bolo nenhum,
Ficas gorda,
Faz-te mal!
Mas de novo, lá vem ela...
Toda muito redondinha,
Ar brejeiro e olhar doce
Com seu jeito de menina
Que vontade de apertar
A bochecha coradinha.
Fana, Fana!
Não te zangues,
Fico triste, vou chorar!
Não te zangues, Fana, Fana!
Que eu só te quero abraçar!
E ao sentir tanta ternura
Já consigo perceber
A razão porque tu estás
Presente na minha vida.
Foi para me ensinares,
Ou foi para eu aprender
Que uma amizade “diferente”
Tem raízes tão profundas
Que unem a Fana à Vera
Como se fossem só uma.
1º Prémio no Concurso de Poesia da APPACDM de Setúbal, ano de 2007 (Resultado da minha vivência e interacção diária com os utentes da APPACDM de Setúbal (meninos com trissomia 21)