CAMÕES DO SéCULO XXI
Já declamara Camões, a quem tanto amo e reflete meus pensamentos de cada página lida...
"Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem “doer;” (Luiz Vaz de Camões)
Já cantara Renato Russo, imitando Camões a quem devo meus plenos e sensíveis sentimentos...
" É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em “se perder”
Quando Camões declamava expresso afeto pela mulher que mais amou, estava morrendo de amor, senão fosses a guerra que fora obrigado a enfrentar estaria nos braços de sua amada, declamando com alegria e não com lágrimas entre o lírio de seus olhos.
Quando fui ver Os Lusíadas, inspirado no maior poeta que já existira no mundo, Luiz Vaz de Camões e também a peça mais esperada do ano na Estação da Luz, as labaredas dos ventos e os saltos de amor, a injúria, a fé e contentamento, senti-me compelida e gloriosa, como pode um homem ter amado tanto Dona Caterina de Ataíde em alvos de guerra, luxúria, derrota e perdição? Não piscava, não queria respirar, minhas mãos tremiam, meu sangue fervia, minha pele incendiava, ali no meio a tantos alunos eu também estava em silêncio, lágrimas roladas pela face rosada encantada com tanto amor, beleza e abdicação, sim os homens e mulheres se amam a muito tempo, não importa a época, os trajes, a cor de pele, as palavras, o amor é o único sentimento que época após época se mantém cativo, imutável e soberanos sobre todos os sentimentos terrestres....
Caterina, Dona e autora dos versos mais profundos de Camões a quem a sua alma, deve devoção eterna...
Homem de sensibilidade e fidelidade ao seu amor eterno...
Caterina... Todas são... A procura de nosso Camões... Onde o vento, o mar e o céu, os resguardam para o intocado e idêntico amor ao cavalheiro inesquecível de nosso mais profundo desejo e pensamento recôndito.
Amor sejas tu meu nobre e fidalgo, onde as palavras que proferires incendeie o meu coração que este encharcado pelo cálice flamejante da súplica do meu amor por você.