Obrigada minha mãe
Devo a vida à minha mãe. Mas isso é um lugar comum, para o bem ou para o mal somos todos devedores de nossas mães. À minha, devo a vida, a possibilidade de criar meu filho e, ao mesmo tempo completar minha formação profissional. Devo a minha formação profissional, de certa forma. Não fosse ela a buscar o crédito educativo, a assumir com meu pai o papel de responsáveis pela dívida que eu assumia com não muito mais que sonhos e boas intenções, talvez eu não pudesse ter sequer iniciado essa trilha que me põe frente a frente com as histórias de crianças, suas mães, suas famílias. Devo muito à minha mãe e, estranhamente, não me sinto devedora, já que ela não tem o hábito de cobrar. É generosa e ampla em sua capacidade de amar. Forte e muito disponível. E, embora eu a ame desde sempre, tenho que admitir que a idade me permite amá-la ainda mais, pois o tempo nos traz essas questões de quem somos, porque e para quem. E as grandes razões pelas quais eu a amo (minha vida, meu filho, minha profissão) não são melhores que os detalhes, que as pequenas delicadezas com que ela enriquece minha vida. Devo à minha mãe o amor pela leitura, o encontro com a poesia. Arrisco-me a escrever sobre a vida e percebo que a poesia me alimenta e torna minha vida mais rica, mais intensa e melhor. Devo muito à minha mãe e, devendo tanto, não encontro palavras suficientes para dizer a ela que sou imensamente grata por tê-la comigo. Que a abençôo como ela tem me abençoado com sua doçura e seu correto caminhar pela vida. Minha mãe é minha melhor amiga. Eu a amo e agradeço a Deus que a tenha posto em meu caminho. Agradeço a ela por ter me dado seu amor e agradeço aos que a amam. Feliz aniversário. A sua bênção minha mãe.
março de 2010.