CENTENÁRIO
No alto relevo do tempo,
Na transparência fosca
Da pele fina de papel,
Desfila um sangue centenário.
Posso vê-lo, escorrendo denso,
Imitando riachos lentos,
Nas veias das velhas mãos,
Da minha mãe.
É a vida, que pulsa,
Driblando a morte,
Em cada corte,
Das rugas fundas do tempo.
Vejo em teus olhos,
A luz da vida ainda,
A vida que presenteia,
Um centenário de doação.
( homenagem aos 100 anos de perseverança, de fé, de vida, de minha mãe.) 25/04/2012