CENTENÁRIO

No alto relevo do tempo,

Na transparência fosca

Da pele fina de papel,

Desfila um sangue centenário.

Posso vê-lo, escorrendo denso,

Imitando riachos lentos,

Nas veias das velhas mãos,

Da minha mãe.

É a vida, que pulsa,

Driblando a morte,

Em cada corte,

Das rugas fundas do tempo.

Vejo em teus olhos,

A luz da vida ainda,

A vida que presenteia,

Um centenário de doação.

( homenagem aos 100 anos de perseverança, de fé, de vida, de minha mãe.) 25/04/2012

Luz Miranda
Enviado por Luz Miranda em 17/04/2012
Código do texto: T3618535