Amigo fiel.

Já é sete. E pensar que ano retrasado, a essa hora, o presente já estava embrulhado, só esperando para ser entregue — eu, louca de vontade de ser pelo menos a segunda a lhe dar o bom-dia, a tomar-lhe a bênção e dizer "parabéns, eu amo o senhor". E pensar que, mesmo depois de tudo, eu aprendi a querer a presença dele sempre, sempre. Aprendi a querer estar também sempre presente nos dias dele, fosse como fosse: como aluna, como amiga, como filha. Porque era assim que ele me chamava. Mas eu também tive que aprender muito mais. Tive que sentir na pele o vazio que eram os dias longe por tê-lo desagradado. Foi duro, doeu na carne. Mas teve a recompensa. E a alegria foi imensa quando ele voltou a abrir a porta da sala para mim e dizer "filha, eu amo muito você, você sabe". E foi bom. Mas enfim a vida veio e de repente eu tive que entender que a varanda estaria vazia, que a casa não teria mais o seu riso, que o microfone estaria em outras mãos, que eu não o ouviria nunca mais. Ele havia ido. E ele foi, mas não sem antes eu ter tido a oportunidade de falar o quanto que ele era importante — para mim, especialmente, eu posso dizer. E agradeço eternamente por isso. Agradeço por ter tido a chance e o tempo, mesmo que pequeno, de conhecer esse homem, o pastor, o marido, o pai, o amigo. E não me arrependo nem um pouco de tê-lo deixado entrar na minha vida, e de ter entrado na vida dele também. Foi uma das coisas mais felizes daquele 2008. Foi uma das coisas mais felizes até hoje. E, claro, eu não podia deixar de lembrar. Não deixo. Lembro sempre. Hoje era o dia dele, meu amigo querido, um pai.

7/2/2012 - 00:37h.

Lawlieth
Enviado por Lawlieth em 15/04/2012
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