MORRE CHICO ANYSIO
O HUMOR ESTÁ DE LUTO
Recebo a notícia pelo Jornal Nacional. Paro, dividido entre o espanto e a tristeza. Pergunto: "'É mentira, Fátima Bernardes? E ela, pesarosa e triste, responde: "Verdade!" Não! Não há nenhum engano! O MAGO DO HUMOR partiu e eu sinto que ele levou consigo não somente o seu belo sorriso, mas o de todos nós, brasileiros carentes de afeto e de humor. Ah! Velho Chico! No momento em que o Brasil precisa tanto sorrir... você nos abandona e nos deixa imersos na lágrima e numa dolorosa e antecipada saudade? Ah! Velho Chico! Sei que há um tempo para todas as coisas, debaixo dos céus, mas... quão bom seria se as pessoas santificadas pela arte de fazer sorrir, não passassem...
Quantas facetas diferentes para a mesma alma, doce e generosa! Quantas vozes diferentes, cantando a mesma canção de amor e paz! Quantas formas inusitadas, ousadas e ingênuas de extrair o sorriso do mais profundo da nossa essência! E porque você existia... e porque a gente sorria... a vida se tornava mais suportável!
Agora, fica o riso congelado nos lábios e na alma; fica a sensação de um vazio que jamais será preenchido por humorista algum. CHICO, não há dois; aliás, infelizmente, não há mais nenhum! CHICO, agora, somente haverá no coração e na mente dos que aprenderam a te amar. Perdemos uma porção do amor; estamos órfãos de humor!
Fica conosco a garantia de que a vida, no humor vivida, possui menos agonia! Vai, Chico! Vai alegrar os anjos do céu! Descanse em paz, artesão do riso! Vai... alegrar o Paraíso!