25 anos

Amanhã, dia 21 de janeiro, completa-se 25 anos. De influência marcante na história de Mineiros do Tietê, com projeções em muitas cidades da região, sua ausência deixou saudades e até hoje pode sentir-se os efeitos benéficos que deixou em muitas pessoas que o relembram com gratidão, tendo sido tocadas na sensibilidade pela convivência, em diversas situações e ocasiões, com essa notável personalidade.

Os exemplos de honradez e dignidade, os esforços na educação, a dedicação à música, a perseverança e responsabilidade no ideal que alimentou durante toda a vida, fazem-no exemplo vivo de amor ao próximo.

Ele nasceu no dia 24 de agosto de 1926 e faleceu no dia 21 de janeiro de 1982, em conseqüência de acidente automobilístico. Sua atuação, no entanto, em apenas 55 anos de idade, favoreceu muitas pessoas e instituições. Dedicou-se com afinco no ensino do ofício de alfaiate para adultos e crianças, inclusive para meu pai. Foi músico profissional, tendo dirigido a tradicional e inesquecível bandinha da Casa da Criança, que percorria as ruas centrais da cidade. O mesmo aconteceu em Dois Córregos.

Ao lado dos memoráveis integrantes da banda municipal, sempre presente no coreto do jardim, lá esteve em anos que não voltam mais, mas ficaram na memória. Amigo pessoal dos memoráveis músicos Augusto Zugliani, Greco, Traversa, Luiz Risso, além do próprio pai, do filho Gerson (que morreu no mesmo acidente) e do irmão Roberto, entre outros notáveis filhos da terra, fez da música sua grande paixão. Foi casado com Lourdes Costa Cruz, que lhe deu os filhos Gerson, Jamir e Margarete.

Mas não foi só. Dedicou mais de 40 anos às atividades do Centro Espírita Francisco Xavier dos Santos e Lar Espírita José Gonçalves, organizando e dirigindo referidas instituições de maneira modelar, cuja influência permanece latente e presente mesmo nos dias atuais, especialmente na estrutura ideológica e na orientação doutrinária que soube conduzir com rara competência encontrável nos dias atuais.

A dedicação ao Lar, por exemplo, rendeu-lhe momentos apreensivos, de muitas dificuldades, mas não o fizeram desistir de trabalhar pelo bem. Quantos idosos e desamparados, de todas as idades, não foram amparados diretamente por suas mãos operosas e dedicadas? Que o digam, especialmente, Thereza de Mello (recentemente falecida) que dele recebeu numerosos estímulos para superar as próprias dificuldades pessoais, e Joana Peres que, acolhida pessoalmente por ele em 1973, ainda permanece na instituição. Portanto, há mais de 30 anos, em situação específica que não cabe aqui descrever. Vale dizer que o Lar, até hoje, recebe doações – vindas de diferentes cidades – por influência que ele plantou por toda parte e por gratidão de pessoas por ele beneficiadas.

De origem humilde, sem formação acadêmica, foi alfaiate e músico, como acima descrito. Mas fez da própria vida um hino de trabalho, de dedicação ao bem, de fé.

Exerceu-me, pessoalmente, expressiva influência no entusiasmo pelo ideal espírita. Mostrou-me, com clareza, além dos exemplos que recebi de meus pais, a nobreza e alcance da causa comum que partilhamos.

Pela gratidão permanente dentro de mim mesmo a essa notável personalidade, a data não poderia permanecer esquecida. Como já percebido pelos leitores, refiro-me a Pedro Carrara, mais conhecido por Pedrinho, meu velho tio.

Aqueles que o conheceram diretamente e com ele conviveram, sabem do que falo. Para as novas gerações e para aqueles que não o conheceram, fica o registro histórico, nesta data de 25 anos de falecimento, de homenagem e gratidão ao Pedrinho Carrara. Esteja onde estiver, meu abraço, minha gratidão, minha saudade e carinho! Muito do que alcancei para mim mesmo, devo aos estímulos e exemplos dele recebido.

Orson
Enviado por Orson em 22/01/2007
Código do texto: T355170