DIA INTERNACIONAL DA MULHER - A DATA DAS DATAS
DIA INTERNACIONAL DA MULHER – A DATA DAS DATAS
Wilton Porto
Amanhã é o DIA INTERNACIONAL DA MULHER. Falar de nomes que se destacaram pode traduzir benefício para outras mulheres que se consideram tímidas, desvalorizadas, inferiores às demais. Isso parece-me limitado. Assim, vamos derramar os nossos elogios a todas, mas principalmente às mais humildes, às justamente desprezadas. Quantas mulheres que dormem debaixo de uma ponte, com filhos para amamentar e tendo como alimento o resto de comida, quando alguém consegue oferecer. Tem aquelas que perderam seus maridos quer para a morte ou para outra mais jovem, mais desejável pela beleza ou tarimbada na arte de seduzir.
Eu poderia prender-me às mães. Não é tão fácil ser mãe nos dias de hoje: filhos para cuidar, educar, envolvê-los de tal forma que não venham cair no crack. E entre estas têm aquelas que ainda dão o duro num trabalho em busca de um salário para ajudar o marido ou por falta deste.
Há as intelectuais. Aquelas que escrevem belos livros. As revolucionárias, que enfrentam as lutas políticas, que vão para as ruas com cartaz em punho, desejosas de seus direitos. Algumas são deputadas, prefeitas, governadoras e presidenta da República. Presidenta de clube ou sindicato é fichinha.
Todos sabem das mulheres interioranas, que às cinco da manhã já estão nas roças, cabo da enxada nas mãos. Sol a pino, elas vão derribando o mato, o capim, na esperança de que “São Pedro” envie chuva para que o milho, o feijão, a melancia, a mandioca e tantos outros produtos que a mãe terra oferece possam vingar.
E as médicas, enfermeiras, lavadeiras de roupa, faxineiras, motoristas de caminhão?! O que dizer daquelas professoras que os alunos as agridem, só porque elas não botaram no diário a nota que eles queriam, contudo era aquela nota que mereceram na prova?! Quantas não foram assassinadas nas estradas, quando foram em busca de outro país, de forma ilegal?! Mas também têm aquelas que mataram covardemente seus maridos, porque estes tinham ganham na loteria ou porque eram ricos e queriam se dar bem. Não vivemos, ainda, num mundo perfeito. E diz um admirável escritor: “O mal é o bem ainda não transformado”.
Não posso esquecer as humoristas, que nos enchem de graça naquele dia em que parece que tudo está dando errado. Nem as atrizes, que nos fazem lembrar e, até chorar, de viés que a vida nos impõe.
Muitas deixaram os seus berços para servir àqueles que estavam perdidos nas ruas, bacia na mão em busca de um trocado, ou chorando por um emprego e lhes era negado, porque o destino não lhes deu a oportunidade de um estudo, de uma formatura. De nascer numa família de posses.
É lógico que quero homenagear a minha mãe, mulher guerreira, que com dez pessoas para sustentar, sozinha, não se intimidou com as dificuldades, deu tapas vários nas adversidades e venceu todas as guerras que o destino traiçoeiro lhe trouxe à baila.
Da minha esposa, eu sou suspeito para falar, porém ninguém a conhece tanto quanto eu. Então, sou a maior autoridade para dizer dela. Se você acredita que existem anjos na terra, posso afirmar que minha esposa Eliana é um. Quem quiser criticar, respondendo que sou pretensioso, que o faça. Só quero adiantar que os santos surgem de homens comuns. São apenas serem que se derramam em solicitudes, que se entregam ao próximo sem pensar neles mesmos. E minha esposa é assim e muito mais. Os céus se espalham nas mãos delas. Ela consegue ajudar pessoas sem muito esforço – uma conversa, uma oração, a certeza de que o EU SOU está com ela. Simplesmente isso.