HOLOCAUSTO
"EM HOMENAGEM AO DOENTE DESCONHECIDO...E AOS DEMAIS HOLOCAUSTOS DA VIDA..."
SP,14-02-2005
Num dia de sol ardente...
Postou-se à minha frente.
Gelavam-lhe as mãos...
suava-lhe o coração,
tremia-lhe a emoção.
No esqueleto sem nome,
calava-me a sua fome...
e vomitava-me seu desespero:
Como doiam-lhe os joelhos!
Sedento de toda sede...
sentado à minha frente,
num dia de sol ardente.
E ainda me houve tempo!
Auscultei-lhe a agonia
da vida que então jazia,
com austera lentidão.
Seu árido campo,
De concentração!
Derradeira expiração...
cansado à minha frente,
deitou-se para todo o sempre
à luz de um sol poente.
E era gente!
Poema publicado na coletânea literária, integrante da jornada em comemoração aos quarenta anos de existência da SOBRAMES/BRASIL.
Promoção: SOBRAMES /RIO GRANDE DO SUL/JUNHO 2005