MINHA BOA ESTRELA
 
Há alguma coisa comigo, não sei explicar direito, me acompanha “desde sempre”. Tenho sentido ultimamente, mais forte sua presença, em algumas ocasiões específicas. Já fui alertado, também, que uma maneira de facilitar sua presença sempre por perto seria a oração e que, cada vez que descuido disso fica difícil seu retorno próximo a mim. Não vou relatar aqui os últimos acontecimentos em que percebi sua presença, mas gostaria de dizer a primeira vez em que o senti ao meu lado.
 
Como se diz por ai, a primeira vez a gente nunca esquece, e pouco antes de começar a escrever tentei enumerar as vezes em que realmente senti medo na vida. Quando digo sentir medo, não me refiro ao temor natural, mas MEDO! Pude enumerar cinco vezes. Vou relatar aqui apenas a primeira.
 
Certa vez, estava eu com 9 pra 10 anos, fui com amigos a uma casa num sítio onde estava sendo construído um galpão pelo pai de um amigo que estava conosco; íamos visitá-lo. Havia chovido muito naquela manhã, mas como o céu havia clareado imaginamos haver passado qualquer risco de novo temporal. Lá fomos nós em uma caminhada de cerca de sete quilômetros; isso pelo caminho mais curto – dando a volta pela estrada seriam mais três quilômetros. Faltando cerca de um quilômetro pra chegarmos, tínhamos que atravessar um ribeirão, que normalmente era feito num lugar tranqüilo, com água pelo peito, naquele dia estava tudo inundado, a correnteza estava forte e muito acima do nível normal. Alguns colegas estavam receosos e eu que nunca havia sentido medo de nada, e já havia enfrentado correntezas piores que aquelas propus ser o primeiro – “Deixa que eu vou” – e me aproximei da borda, confiante. Quando meu pé tocou a água, alguma coisa me deteve, me coração deu um sobressalto e um pavor me dominou. Fiquei parado, estático, apavorado, olhando para aquela quantidade toda de água rodando à minha frente, como se tivesse num diálogo com minha própria morte. Nada me fez ir adiante. Senti, não me peçam pra explicar, que se seguisse não conseguiria sair dali vivo. Algo me havia alertado que ainda não era a minha hora. E eu acredito nisso! Desse momento em diante passei a chamar esse “algo” de minha “Boa Estrela”. Talvez alguém também tenha a sua e talvez dê outros nomes, não importa. O que importa é que eu acredito nele e nele confio.
 
A você minha Boa Estrela, que me acompanha desde sempre, que me atura, que conhece meus medos, segredos e sentimentos, e que recente tem mais uma vez me protegido (sabes bem como), meu muito obrigado! Dedico a você este texto e cada momento de minha vida.
 


“Santo Anjo do Senhor
Meu zeloso guardador
Se a ti me confiou
A piedade divina
Sempre me guie
Rege, guarde e ilumine”



 
 
Walter Peixoto – Fevereiro/2012
 


Imagem: google
Walter Peixoto
Enviado por Walter Peixoto em 23/02/2012
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