J. G. De Araújo Jorge
 
                   Os versos que te dou          
 
  Ouve estes versos que te dou, eu os fiz
  Hoje que sinto o coração contente
  Enquanto o teu amor for meu somente,
  Eu farei versos... e serei feliz...
 
  E hei de fazê-los pela vida afora
  Versos de sonho e amor, e hei depois
  Relembrar o passado de nós dois...
  ... esse passado que começa agora...
 
  Estes versos repletos de ternura
  São versos meus, mas que são teus, também...
  Sozinha, hás de escutá-los sem ninguém
  Que possa perturbar nossa ventura...
 
  Quando o tempo branquear os teus cabelos
  Hás de um dia, mais tarde, revivê-los,
  Nas lembranças que a vida não desfez...
 
  E ao lê-los... com saudade em tua dor...
  Hás de rever, chorando, o nosso amor,
  Hás de lembrar, também, de quem os fez...
 
  Se nesse tempo eu já tiver partido
  E outros versos quiseres, teu pedido
  Deixa ao lado da cruz para onde eu vou...
 
  Quando lá, novamente, então tu fores,
  Podes colher do chão todas as flores
  Pois são versos de amor que ainda te dou.
 
                            
                                                                             

    

                    Nota:  J.G. de Araújo Jorge foi considerado o "Príncipe dos Poetas".
                                 Nasceu no Acre. Seu pai, Adriano Jorge, foi médico famoso no Amazonas. Foi membro da Academia de Letras do Amazonas.
                                  Presto minha homenagem a este maravilhoso poeta e àquelas pessoas  que nos inspiram a  fazer versos.  De família alagoana, por parte de pai. E por parte de mãe, de família de Campos e São Fidelis, cidade vizinha de Miracema. 
                                  É bom lembrar, de vez em quando, dos nossos grandes poetas.