A obra romanesca de Guy de Maupassant – segunda parte
A obra romanesca de Guy de Maupassant – segunda parte
Leiam também a primeira parte!
“Mont-oriol” pode ser considerado uma mistura entre “Bel-Ami” e “Une Vie”, uma vez que, no enredo, é trazido à tona a vida duma mulher que sofre com os vícios e as angústias da sociedade. Diferentemente de Jeanne de Vauds (personagem de “Une Vie”), Christiane (a protagonista) não é obediente às normas sociais. Por isso, ela luta contra as regras da sociedade francesa para alcançar seus objetivos amorosos. Assim, envolve-se com Paul Bretigny, que torna-se seu amante. O rapaz substitui William Andermatt, o marido de Christiane, que só pensa em dinheiro. A esposa, para ele, é apenas um detalhe em sua vida.
Com uma trama excelente, “Mont-oriol”, demonstra casamentos por interesses, artimanhas e uma certa disputa entre personagens da capital e do campo. Excelente obra.
“Pierret et Jean”, por sua vez, é um romance, cujo resultado foi o que Maupassant chamou de estudo psicológico. De fato, a estrutura psicológica das personagens é bem trabalhada no decorrer do romance. Como exemplo, pode-se citar o forte ciúme de Pierre em relação ao seu irmão Jean. Sentimento esse que faz com que os conflitos mais marcantes da obra desencadeiem-se.
O quinto romance de Maupassant é “Fort comme la mort”. A obra fica aquém de seus outros trabalhos, pode-se dizer que ela é a mais fraca de toda sua produção romanesca. No livro, é apresentado ao leitor a história de Olivier Bertin, um pintor que perde seu talento artístico.
O último livro, que compõe a série de romances escritos por Maupassant, é “Notre coeur”. Este não possuí a mesma qualidade dos três primeiros romances do autor, todavia, ele é bem melhor que “Fort comme la mort”.
O tema central do romance é, novamente, a crítica à sociedade. Desse modo, são apresentadas mulheres e homens da alta sociedade cansados de suas vidas. E, sendo assim, entregam-se aos vícios.
Maupassant é um dos melhores escritores do século XIX. Para os fãs da literatura naturalista e, logicamente, para aqueles que prezam pela leitura de um bom clássico, as obras do escritor francês são indispensáveis.