M Ã O S
(in memorian ao meu saudoso Pai )
Mãos que semeiam trigo
... e arrancam tambem
a praga inimiga,
que medra ,daninha...
Que mata e sufoca,maltrata
A seara do bem.
Mãos que enchugam
as lágrimas vertidas,
que regam a face ferida de dor
do filho doente,pendido,inclinado,
apoiado entre as mãos.
Mãos que na estrada deserta,
na encruzilhada incerta da vida,
indica o caminho a seguir
ao forasteiro perdido...
Mãos forte que sem arma desarmam
a mão homicida do homem cruel
na senda do crime tentado,
mas não consumado.
Mãos que amparam
as mãos sem amparo,
cansadas trementes..
Que erguem um homem ferido e caido
à margem da estrada da vida,perdido.
Sozinho sangrando,esperando
o socorro que não vêm.
Mãos que se unem em oração
voltadas pros céus,dizendo obrigado,
às mercês do bom Deus.
Pedindo,rogando,
implora o favor à alguem ...
Ó mãos as vezes inviziveis,
mãos neutras possíveis
Ó mãos ,de quem sois?!..
Dos deuses??dos anjos?!
Da fantasia?da utópica ilusão??
Não!!!
São as mãos de Papai...
Mr.Castilho