anima meu espírito

eu sou o cão tenho duas feras

que se alimenta dentro de mim

de paixão uma que ama

e outra que detesta

quem me dera

o fruto da imaginação do meu tempo

fosse tão cheio quero paz e festa

de vida e sensação pessoas sinceras

não quem me testa

ouvi a graça

naquele seu som perdoa minha indelicadeza

sorri pra praça refiro-me com educação

achei bom pra falar da sua beleza

mesmo com outra intenção

não encontro

os seus olhos me encanta a sua natureza

um sopro posso estar enganado

não posso mas tenho toda certeza

quando digo que sou grato

a vida me alegra

tristeza se supera o oceano é um manto

saudade me espera membrana permeável

do pouco que houvera feliz em um canto

deseja ser saudável

falei pro vento

longe de me escutar agora não é a hora

não me satisfaço eu sei que é preciso

e ouso me mostrar merecer esta honra

e não estar indeciso

o orvalho de manhã

brilha na folha as emoções se repetem

e lava a maçã atitudes que compelem

fazem os seres-humanos

o viajante cruza a serra e depois se dispersam

percorre várias distâncias

sobe, desce e erra dou nome ao que vejo

sonha como na infância descrevo aquilo que sinto

aqui eu não me arrependo

a fada de olhos castanhos porém, não sei se minto

que sorri com todo o corpo

seu feitiço não é estranho agora sabe que é musa

destaca-se entre o povo e desperta em mim

obsessão confusa

eu me comporto, enfim