O POETA
Ah! Poesia, doce poesia...
Congruentemente é o alimento
Do poeta em todo momento
Pois dela vive em demasia
Felicidade e muita satisfação
Realmente a poesia
Traz... muita alegria
E para o poeta, basta ter o mínimo de motivação
Poesia é a sua criatura e sua criação
Logicamente o poeta é um desbravador
E um constante conquistador
De sua inevitável consagração
Ainda... mais incontestável
É a sua capacidade inabalável
E lídima da erudição
A qual é inerente à sua condição...
O poeta vive, o poeta sonha...
O poeta jamais se enfada, mesmo sob alheia crítica tacanha
Pois vive cada instante
De maneira inconstante
Atado às suas ideologias...
Lógicas e em contradições
Seja numa ataraxia ou em suas analogias
Tudo por conta de suas aspirações!
O poeta roga seus responsos e devaneia...
Ora são afoitos, ora são mansos
Ora sonha com momentos perigosos...
Ora repousa seus pensamentos numa várzea
O poeta passa noite a dentro...
Escrevendo com encanto
Erguendo sua flâmula e o seu ideal!
Em busca do seu éden-filosofal!
O poeta é um cavaleiro errante
Às vezes muito modernista
Às vezes um mero bucolista
O poeta é um pícaro amante...
Da vinha do mundo e sua literatura
Vive de solavanco e da ternura
É lazarento de magia...
Para concretizar sua poesia!
Dela faz proselitismo
Pois é sequaz...
E um abundoso sagaz!
Da bondade e, talvez de forma contraproducente, do sofismo!
Sua arma...
São suas palavras... poderosas!
Talvez seja seu carma
Mas com certeza são honrosas e proveitosas
Sua vida é cheia de contradições
Ora fala do bem, ora fala do mal... tudo com sageza!
Mas mesmo do sinistro fala com beleza
Tudo se deve à sua capacidade... com as emoções!
O poeta descreve afundo...
Fala com a maestria da sapiência!
E com grande eloquência
Sobre os mistérios e belezas do mundo!
Ser poeta é ter um Dom Divino
E ter um gosto apurado e fino...
Sabe preterir no momento certo
Sabe louvar com muito afeto
Ser poeta é ser artista
Ser poeta é pintar o mundo... com palavras!
Ser poeta é ser pacifista!
Ser poeta é mostrar a Alma - aberta - sem trevas...
Dizer que o poeta é abençoado...
É fazer uma redundância!
Mas não tem importância!
De certo, que o poeta é aclamado!
O poeta tem como estipêndio... o reconhecimento!
E a poesia ínsita no valor humano...
O poeta vive sem tormento!
No seu hedonismo... adverso do profano!
O poeta vive escalando o picaroto...
De sua vida, do seu ego
Glorificando o seu fruto!
Para ele este nunca é amargo!
E sim digno...
Da benção depositante do Ser Divino!
Na poesia, o poeta trabalha e hiberna...
Oxalá! A majestosa poesia é mesmo muito especial... é eterna!
O poeta tem total noção...
Do poder de sua criação!
Por isso tem entusiasmo e satisfação
Honra o seu digno brasão!
O poeta nunca é vil!
É idolatrado mesmo quando senil!
No seu trabalho com a vida, atua
Por isso sua obra perpetua...
O poeta tem verdadeira amargura!...
À falta de cultura!
E a ausência de lisura
E a escassez de formosura...
Sua habilidade híbrida
Se deve à sua avantajada
Aptidão e capacidade eclética
sobre o pensamento e a lógica!
Não que seja...
Um adepto de Aristóteles ou Freud
Apenas pensa e vive, como pode!
Ao menos é o que tenta ou almeja
O poeta não é um libertino
E sim um apaixonado...
Pelas maravilhas e glórias do destino!
Disso evidentemente é um inveterado
A vida ama com clareza
E nela não encontra pobreza...
Só grandezas e perfeições...
Mesmo dos áridos momentos... retira belas emoções!
Consegue vicejar...
Sua ânsia por poesia, acima de tudo!
Ora! Conhece bem a filosofia do mundo!
Mesmo sem (fisicamente) viajar
O poeta unge-se de poesia!
harmonia e muita consciência
Mesmo na discrepância...
Seja no real ou na fantasia...
O verdadeiro poeta
Conhece as insídias da sociedade
E dela retira a maldade!
Aproveitando o etéreo... como meta!
O poeta passa horas afinco estudando...
E logicamente meditando...
Sobre sua obra, incessantemente ele trabalha!
E disso muito se orgulha!
O poeta vive pecuniosamente no porongo da sabedoria!
E dela consequentemente retira sua magia e maestria!
O poeta é um mero palmale da literatura!
Esse título ele ostenta com bravura...
Para o poeta a poesia é orgástica!
E revela a orla de sua bela Alma...
Ainda que às vezes de uma forma...
Explicitamente pernóstica!
O poeta desbrava a sapiência!
Para combater a êmula ignorância...
Utiliza as palavras como espada, e dela está sempre armado!
...E seu conhecimento ímpar como escudo!
Dele vive a lograr...
Com suas batalhas infindáveis...
Gosta mesmo de lombear
Os alcatruzados pela ignorância, para torná-los afáveis...
E afeitos à linguagem da nobre poesia!
isso faz... com maestria!
Pois, além de sábio é um aspirante à glória...
Conduz muito bem o seu lugre, rumo à vitória!
O verdadeiro poeta nunca é pedante
E sim um detentor inigualável
Do conhecimento... ele é mesmo muito inteligente!
Ora! De berço carrega esse dom incontestável...
E inabalável, que só o sapiente
O possui, e consigo o carrega
A sapiência e a literatura juntas são a viga!
E o seu alicerce forte o bastante...
Para ostentar sua dignidade...
E concretizar sua grande-obra com voracidade
Ora! O poeta é invencível!
O poeta é inerente e inevitável...
À essa querência... a esse mundo...
Com seu eterismo e sono profundo
E intrigantemente estarrecedor!
Com toda a sua desarmonia, caos... e o seu furor
Sobre o cotidiano...
E basicamente sobre o alienado-profano
(Assim como o filósofo) o poeta é diferente, é lúcido!
Não é indiferente, nem alienado!
O poeta aprecia a vida!
Com toda sua forma...
O poeta reverência o esplendor da Alma!
E essa, não tem ferida!
para o poeta a poesia eleva...
A poesia transcende!
Esforços, o poeta não os mede!
A poesia que engrandece é a própria Alma viva!
A poesia é sua consagração!
A poesia é sua meta...
A poesia nunca é obsoleta!
A poesia é a voz enobrecedora do seu coração!...