Sem Medo
P/ a poet IZA Sosnowski
Meu caminhar lento
não sei por quanto tempo
(existe tempo?)
vai indo.
Vai indo e eu com ele
sem medo.
Sem medo de ficar só
sem medo de mim
querendo ser grande
sendo pequeno e pobre como Jó,
sem medo da morte
desdentada, pintada de negro
rasgada e suja prometendo desespero
à qualquer hora ...
será bem vinda, ela não mata,
só muda a história.
Sem medo dos medos
de tocaia nas dobras humanas
que engana, prende e castiga
(acha que castiga),
ela só desperta e incentiva
o nascer amável da poesia.