O CANOEIRO E O RIO

Lá vem o canoeiro,

Descendo a ladeira.

Bornal arranjado,

Chapéu na cabeça.

Ele vai labutar.

Distante ele avista

O sustento, o pão,

A fonte de vida

O braço do rio

Sua renda

Rendição...

Já chegou o canoeiro,

E dá graças “meu Pai”.

Mais um dia de luta,

Um pescado,

Um bocado,

Mais um dia, nada mais!

E se rende ao “Francisco”

Rio grande, potente.

Descendo as corredeiras ele vai.

Vai lutar contra o tempo

Sempre forte, desistir jamais!

Desce o rio, sobe o rio

Joga o arpão

Joga a rede

O anzol,

O covo pra pegar pitu.

E enquanto labuta,

Sorri canções sertanejas

Assobia num lampejo de felicidade

Cantarola a poesia,

Que foi feita pro rio

E pede pouco. Pede paz!

Enche o cesto de peixe,

De sonhos também.

Agradece as conquistas,

Opara!

Opara!

Opara!

Dá-me outro dia mais!

Que esse rio é alimento

De pescadores,

Poetas,

E tantos mais...