Ao meu Pai

Eu queria fazer um poema que lhe trouxesse de volta.

Uma vida de lutas suadas e muitas vezes amargas.

Seu tempo precioso era tudo prá mim.

Voltar em lembrança sem chegar ao seu fim.

Mostrar sua história de perdas e glórias.

Mistura de cenas, que pena, foi embora.

O tempo passou, o tempo esgotou, seu livro acabou.

Trouxe-me saudades, reli várias vezes, aplico agora.

Nós temos o sangue, do tipo igual.

Defende o certo, o honesto sem mal.

Sua luta teimosa demonstrou a verdade

Queria passar isto, completo, em hereditariedade.

O som de sua voz não sai da minha mente.

Dizendo o simples, abafando meus medos.

Em saber que estava bem pertinho de mim,

Quando mais precisava, mais ouvia seu "sim".

Pai, nossa diferença de idade explica bastante.

A criança tardia de família bem grande.

Aprendi com você que o saber vem da escola.

E que a sabedoria do homem vem da vida aí fora.

Ensinou-me tanta coisa, nem preciso foi tanto falar.

Suas atitudes diziam bem mais, que muitos anos a explicar.

Deixou claro que o sucesso do homem não é o que ganhou.

E sim o tamanho que esta mesma vida o tornou.

O Guaraciense
Enviado por O Guaraciense em 13/11/2011
Reeditado em 26/04/2013
Código do texto: T3332639
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