MAIS QUE UM SACO DE PIPOCA
Uma homenagem ao meu Pai.
Era um ritual sagrado: todos os dias ele vinha almoçar em casa e tirava sua sesta. Trazia sempre o jornal do dia.
Almoçava corrido, pois tinha que pegar ônibus prá retornar a tempo ao trabalho. Mesmo assim, não abdicava de sua sesta... Eram somente vinte minutos, mas não podia passar sem ela.
Prá comer, nem sempre se tinha, mas nunca se prostrou em desânimo: como era gostosa aquela “farofa de nada” (farinha frita no óleo), como a batizamos.
O dinheiro não era farto, mas de tardezinha, quando voltava do trabalho, trazia sempre um saco de pipoca para os cinco filhos.
Como aguardávamos ansiosos por aquele momento!
Sabíamos que ali não estavam somente milhos estourados, mas principalmente doces afetos de nosso pai.
Eternamente emblemático.