Nyctibiidae –urutaus
Quem te escuta ó ave, como eu?
De triste te faz na imensa noite
Qual dor revela esta canção?
Das plumagens ao canto, mística
Mas se te vejo, desabo
Dói n'alma, chorado canto
Na noite insólita, melodia triste
Mas se te vejo, desabo
Às escuras nesta hora calada
Um pensar: ai de ti ave, ai de mim
Ensina-me este canto, quero-o cantar
Inda que triste, venha chorar
É preciso, a vida respirar
Soltar o grito engasgado
Como o faz solitário na noite
Mas se te vejo, desabo
Assisto- te cá em teu pesar
Insone, também o mereço
É-nos a noite imenso adereço
Ó doce, melancólica ave
Ao fim do espetáculo, aplausos
No seio noturno, são lágrimas
A nos descobrir o véu d'alma
Mas se te vejo, desabo
Não por ti, mas por recolhida dor
Inocente canto faz lembrar
E escuto, sem que a veja
Mas se te vejo, desabo.