ZILDA MEIRELES
Fostes sempre a minha mãe-irmã,
Te guardei no arquivo da lembrança,
Qual estrela brilhante da manhã
Clareando os meus passos de criança
Quando vem o silêncio, a solidão,
Num crepúsculo de luz de sol poente,
Lembro a voz e os acordes da canção
No vigor de teu sonho adolescente
Ontem tudo era flores, primavera,
Tua beleza a todos encantando
No jardim feneceu nossa quimera,
Quando vejo tua vida definhando
Se constrói pra depois se destruir,
Neste mundo de sonhos, de ilusão,
No presente o passado era por vir,
Somos carne em constante mutação
Por fim toda tristeza passará
Ao findar a final destruição,
Novo mundo de paz renascerá,
Novos sonhos sem fim renascerão.
(Homenagem de Gilvan Meireles, meu pai, à sua irmã Zilda Meireles, em 31/10/1995, ou seja, 10 dias antes do seu falecimento. Tinha esperança na Ressurreição, e por isso citou Apocalípse 21:5 "Disse o Rei da Eternidade: Eis que faço novas todas as coisas".)