Pequeno anjo

Em um dia de chuva e vento forte lhe encontrei, em um pequeno abrigo que nem sabia existir, confesso que não vos procuravas, pois fui “ali” ao lado apenas para lanchar.

Como não notar aqueles belos olhinhos brilhando atrás das grades?

Como não notar?

Lembro como se fosse ontem, eles brilhavam em minha direção, olhei para cima e lá estava escrito, “abrigo”, isso, dessa mesma forma, tão vago, tão solto.

Sem pensar duas vezes, esqueci o lanchar e até aqueles olhos fui sem refutar minhas vontades,

ao chegar próximo me agachei e foquei naqueles pequenos olhos ansiosos por algo que nem eu reconhecia.

As grades impediram um abraço a qual tive vontade de dar, mais elas não foram suficientes pra impedir de tocar aquelas pequenas mãos, confesso não saber descrever essa vontade de estar perto eis o que não interessa, pois o que eu queria mesmo era estar.

Lágrimas dos meus olhos caíram, emoção que já me dominava sem relutâncias. Olhei ao lado e uma mulher nos olhava sem se mover, ela da mesma forma que eu parecia bem emocionada, ao se mover devagar com as chaves na mão, meu coração pulsou como nunca havia pulsado, parecia que iria soltar de tanta felicidade, então ela abriu e aquele pequeno anjo pulou em meus braços.

Como explicar esse amor inexplicável, como explicar, meu pequeno anjo?

Amo você, pequeno Davi, amo você.

Não me interessa de onde veio ou quem és eu amo você.

Sávio Soares
Enviado por Sávio Soares em 18/09/2011
Reeditado em 04/04/2012
Código do texto: T3226819
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