MINHAS...
Tenho muitas mulheres,
Tenho todas estas!
Regina:
- um dia o germe da vida encontrou um óvulo,
fecundou-o e a partir, houve o desdobrar;
Em um dado momento um coração começa a bater,
forma-se um corpo e aconchegado nas almofadas uterinas
por nove meses carrega-me esta mulher no seu interior,
mesmo após meu nascimento e até os dias atuais,
minha mãe, ela, já com 87 anos completados,
carrega-me em sua vida, em seus cuidados, em seu coração.
Nilze:
acompanhei sua gestação e já eras minha por definição,
em expectativa a vi nascer, ouvindo o seu primeiro bravejar.
Crescemos juntos partilhando a vida
em circunstância adversa, imposta, assumo a paternidade,
houveram as dificuldades, continuando sempre irmãos e amigos,
hoje com afeto e zelo, amando-nos, estamos ainda a crescer.
Nazaré:
conheci fragilizada e te enamorei,
quando a beira da morte estive, fostes valente,
grande companhia, dando-me força para o viver.
Casamos, deste-me dois filhos, preciosidade compartilhada.
Nem tudo são flores, mas, és valorosa e uma grande amiga,
sempre que precisei de ti, não me negastes ajuda.
Sue Réginis:
Pequenina grande mulher!
Conheci quando tu ainda não existia,
conheci no sonho da procriação, na idealização de pai.
Engravidei, acompanhei cada polegada do teu desenvolvimento,
No teu nascimento chorei pela felicidade reativa do novo ser,
crescestes, foi difícil te acompanhar, eu devagar e tu, tinhas pressa.
É tudo muito rápido, individualizada estais pronta para a autonomia.
Exiges pouco, ofereces muito, és minha grande amiga.
Outras:
Colegas... namoradas... amigas...
escrevendo no existencial fizeram e fazem registros em minha vida.
Pergunto-me:
Poderia eu-humano existir sem tal compartilhar?
Mulher, consciência tenho da importância deste teu contribuir!
Maceió, (14h 35min) 18 de fevereiro de 2001.
Jatanael Moreira e Silva