Filósofo de Oficina

FILÓSOFO DE OFICINA

Chegando ao meio de expediente,

quando todos já estão enfronhados nas suas tarefas,

cambaleante, olhos vermelhos,

com o hálito característico de uma grande idéia,

cheio de boa vontade para contribuir com o apoio moral,

criatividade e pertinente nas suas interrogações,

o filósofo etílico nas suas importunações,

pausadamente ao operante, interroga:

- Qué qui tu tá fazendo ?...

- Qué qui tu qué fazer ? ...

- Qué uma mãozinha?...

- Qua lé a tua? Sou mestre nisso ... meu irmão!

E nos finalmente, vai ser o quê?...

- Tem certeza do qui tu tá fazendo?...

Bicho, desse jeito aí num vai dá em nada, óia a concrusão...

Não promovendo o diálogo desejado,

nem alguma outra contribuição,

não obtendo respostas das suas investidas,

somente indignação,

justifica:

- Só queria dar uma mão!...

Pensativo dá um tempo...

A retornar, com autoridade afirma

conclusivo da sua interior reflexão...

“ - Cada qual no seu qual, é isso aí meu irmão !... ”

Jatanael Moreira e Silva

Maceió (01h 47min) 11 de fevereiro de 1999.

Jatanael Moreira e Silva (in memoriam)
Enviado por Jatanael Moreira e Silva (in memoriam) em 08/09/2011
Código do texto: T3207192