Dia das Mães
2º domingo de maio, Dia das Mães! Porém, da Mamãe são todos os dias.
Ela que primeiro se levanta a providenciar as condições necessárias para os seus.
Logo mais está a despertar aqueles que têm escola, creche ou trabalho.
Com um cheiro, um balançar ou mesmo, a gritar:
Olha a hora gente, hora de acordar, não podemos nos atrasar1
Bota os menores no chuveiro e a escovar os dentes, troca-lhes a farda, a vestimenta, a sacola já está pronta e o lanche também.
Recomenda novamente:
-Não posso chegar tarde aos meus compromissos, venham se alimentar!
Despachando a todos, fazendo recomendações a auxiliar que fica, sai a enfrentar seu segundo turno de trabalho.
Agora é a mulher que ensina, medica, projeta, vende, secretaria, auxilia, faz serviços gerais ou outra qualquer atividade profissional.
É hora do almoço, ela lembra todos, porém estão distantes e se tem como ir ao lar, tudo é correria e pouco tempo, horários diversos para cada um, são desencontros.
Menos chega já é hora de voltar, faz novas recomendações, dá beijinhos e explica aos pequenos que não pode ficar, vê cara feia e ouve chorinhos pelo ficar sem ela, aperta o coração e parte para a terceira jornada.
São dezoito horas, finda-se esta etapa, quem pode vai enfrentar o trânsito para chegar em casa e encontrar alguns já dormindo ou focados na televisão, internet, os maiores olhando os menores ou simplesmente dormindo, pois a auxiliar já saiu para seus estudos.
Chegando, ao bater no portão ou ao abrir a porta, carente alguém grita:
- Mamãe!
E corre ao seu encontro.
Ela chegou, mas, tem sua quarta jornada a enfrentar: encaminhar as providências para o dia seguinte e retocar os feitos domésticos deste dia.
Olhando para todos, para tudo, abraça e exclama:
- Mamãe está muito cansada, deixa-me tomar um banho, trocar de roupa, me sentar e tomar um cafezinho!
Esta pode chegar, outras, muitas outras já estão enfrentando seu quarto período profissional e chegarão depois das vinte e três horas.
Ela é humana e precisa descansar, repor as energias para levantar com o sol.
Ela, ela está exausta, carinho, afeto, diálogo são interrogações.
O mais vai se acumulando para o sábado e domingo, se é que existem estes dias.
E a diversão, o lazer, o estar com eles, acalentar, acompanhar, ensinar, contar historinhas, sorrir juntos, viajar, visitar, vê-los crescer?... Não importa, todos estão envolvidos com esta rotina, são os nossos dias atuais e me parece não ter retrocesso.
Ela é brava, precisa ser competente, vencer é imperativo. Ela faz parte ou é o todo da receita do lar e precisa de um futuro seguro.
Mãe! Você é uma heroína, você está a conseguir, te admiro por tua garra, pela tua força, pelo teu desprendimento, por tua coragem, pelo teu profissionalismo e ao te observar fico embevecido pelas tuas conquistas, pelo tudo obtido e por teu amor, sei que fazes por amor. Choro de alegria por te ver celebridade, lá dentro choro de dor por ver a atual sociedade constituída e pelas tuas e nossas grandes perdas.
Já ouvi:
- O importante não é quantidade, dou qualidade!
Na minha dolorosa ignorância, silente tenho me perguntado:
- Pode haver qualidade sem quantidade?
No nosso cotidiano a mamãe fica guardada e os filhos distantes, fora do campo de visão e sem a possibilidade de administração, controle, afeto, cuidado e da palavra amiga, a palavra guia ou mesmo a palavra de repreensão. É preocupante os nossos dias e os dias futuro!
“Louvo-te, Senhor, por Maria Nazaré, a mãe que gerou e tem também cuidado dos meus amados filhos, que seja ela sempre agraciada pelo Teu cuidar e tocada pelo Teu Espírito.”
Jatanael Moreira e Silva
Maceió, (02:07h) 04 de maio de 2005.