INSTANTÂNEOS ( O PEQUENO ASTRONAUTA )
_____ A CYRA DE QUEIROZ _____
O Pequeno Astronauta
Abre a Rosa-dos-Ventos no Bico
da Nave
Uma singularidade de Poesia
se aproxima
Um buraco-arco-íris
onde a extrema nula gravidade
se aproxima do limite
da Velocidade da Luz.
"Não acredito !?... É o Mar do Inst
antâneo ".
Erige-se a Mastreação da Nave, farois
e antenas
com peles de sois
Aumentando toda a sensibilidade,
até a Nave
com dedos delicadíssimos
colher material, multissigno e rico
ágil como um corisco
limpo e lindo como a Estrela da Tarde
Amanhecendo
A Nave ejeta o barbante luminoso
da palavra Não-Somenos
Força no Motores
Emite em Rede
todos os foguetes da Poesia
Luz claramente Luz
mais que
Dia
Diafragma do Amor.
A Constelação da Batedeira
batia estrelas e escorria algo diáfano
e translucidamente doce como
leite de abacaxi
menta poeirenta
___delícia de Amar...
A Nave Canta na
Costela do Universo
Una e Imensa Lira
A Preciosidade de Ouro
das Cordas !...
Aparecem então
em tecido de Poesia
alguns Poemas
é uma enseada instantânea
e está escrito, páginas abertas,
/ encachoeirado rio
tranquilo : Instantâneos...
A nave se aproxima
e analisa este
( O Astronauta se aproxima
e o universo assume a aparência
de linda cidade florida : é Cataguases
em Minas. Lá mora a poetisa
Cyra ) ___ e isso se comunica com
/ todas as terras
do universo !...
Assim, aquele recanto com as retas
que marcam tudo com flor das
/ linhas infinitas
do (bom ) olhar : bambus, entre
/ folhas verdes
pássaros amarelos vestidos de Sol :
"Qual flauta doce
o vento assovia
curvando bambus."
Encachoeirando o Recanto
/ do Universo
a tudo cerca com Rosas
Rosas Amplas e Universais
/ e Mineiras
de Amor cheias
A Nave vê então o canal do Amor
de dourado infinito,
"Beirando o canal
moldura de acácias :
cachos de ouro."
e o ouro se derrama
e o universo brilha
com gota de luz que fica.
Azulidade Dourada : Amor
em cascatas !...
A nave entra no vale
numa volta completa :
Vai o universo
se adensando, tons roxos e lindos
paixões meninas de Minas
apresentando :
Bom Jesus do Matosinhos
ao Sol a pino
da Flor-Amor.
"Os ipês roxos
__troncos verdes e floridos __
namoram o vale."
Cada peça : lâmina que universa
combate contra a inconstância
/ do Tempo
O astronauta se assusta
mas
De repente emerge, nítida, a
/ Constelação
da Borboleta :
"Seduzindo a flor
a borboleta azul-rei
rodeia e foge ..."
A Nave então pensativo-meditativa
vê um olhar universal :
Amor :
"Meninos de rua
agressivos por medo
Vida Madrasta."
"Sem pão, sem teto
os corpos se juntaram...
Inverno ! Que frio !"
"A cama é o chão
a noite, o agasalho.
Sonham aconchego ."
"Praças vazias.
O frio nos ossos.
Onde o abrigo ? "
O universo então faz a lembrança
de um Grande Cobertor
de Coração Humano !...
A nave abre então um canto
/ do universo
e abre o Amor
uma espécie de abrigo
em Sol Anunciador.
Com a precisão dos Sinos...
Abre-se um raio corisco instan-
/ tâneo
Sopro de Vida
___porque a Vida continua
a achar-se na sua pura
Procura...
"Formiga saúva
em festa, vai cortando
o verde que encontra."
Astronauta se despede
a nave tece Amor na Flor
/ do Espaço-Tempo
mas vai presente esse amor
/ de Poesia...
São peças instantâneas
ricas de universo
a Nave do Astronauta
e dobra pra mais versos.
A Rede de Caminhos Agradece
pelos NINHOS
a fumaça do foguete soa toa !
...............................................
Obrigado
Sincero
E até a Próxima !
Os poemas que o pequeno
astronauta vivencia são
de Cyra de Queiroz Barbo-
sa. Estão no Belo Livro
Azul ( e Negro ) : Instan-
tâneos ( Breves Poemas )__
Livraria Sete Letras. Cyra
é da linda Cataguases_ Mi-
nas Gerais.