À MINHA MESTRA
Eu poderia começar dizendo palavras doces e sensíveis, mas quero aqui, homenagear sinceramente, a dor . Pois descobri muito tempo depois, que essa me faz refletir e valorizar cada segundo de alívio , cada momento feliz. Os suplícios que vivi fizeram-me reconhecer no sofrimento do outro. Visualizei o pouco que alguns tinham ou nada e envergonhei pelas lamúrias de ansiedade e incompreensão. Quando deparei com fatores reais de especialidades na criatura humana, enxerguei meus próprios olhos, meus pés , minhas mãos, meus órgãos internos. Chorei rios de lágrimas por rejeição e não vi o privilégio em que o Supremo colocava-me, quando encontrei várias mães e vários irmãos. Pedi desesperadamente perdão por ter sentido-me órfã, pois Ele nunca abandonou-me. Carregou-me em várias etapas da vida e eu não senti Seus braços, Suas mãos. Entre todas as dores físicas, quando achei não suportar , a maior colocou em meus braços, seres pequeninos e indefesos entre suor de alívio e a mais doce da felicidade. Mas aquela que me corrói até o momento atual, a emocional, a perda da matéria, Ele lembrou-me que é partilha de todos e que vamos também fazer a outros passar. Então aprendi a superação, conhecendo a suave certeza de um reencontro esperado.
Por isso Dor, minhas congratulações, porque hoje sei como aliviar cada momento em que visitar-me.