À Sonhadora

Começarei essa singela homenagem a uma pessoa bastante importante para minha vida, seu nome: Gilda Menezes de Macêdo.

Você, vó, mais uma vez, e graças a Deus, completou mais um ano de vida. E o que eu pude dar à senhora? Nada. A não ser, estas palavras que irei explanar adiante.

Chegar a sua idade não é fácil, e fica dificílimo quando se é a matriarca de uma família pontilhada de problemas.

Não escrevo isto com o intuito de dramatização, mas para revelar, aos alienados, minha amizade, meu amor, meu carinho, minha compaixão, minha pena e meu agradecimento à senhora.

Seu nome significa “sacrifício”. Quantas vezes a senhora se sacrificou e se sacrifica por mim? Milhares de vezes. E desde já, agradeço por tudo. Do simples ao mais complexo.

Nos momentos difíceis de minha vida, a senhora acolheu-me, aconselhou-me, repudiou-me, amou-me...

A senhora é a minha mãe, minha avó, meu pai, minha irmã, meu mundo afável, meu dilema, minha facilidade, minha imaginação, minha paz, meu refúgio, meu amor, minha família. Exagero não cabe a nada que eu disse, mas a mais pura sinceridade.

Sei que muitas vezes a aborreço e a machuco, mas sou um homem com uma fera lunática, às vezes lúdica; mas que me arranha por dentro e fere as pessoas de fora. E a senhora, muitas vezes, é a vítima. Desculpe-me. É o que posso dizer e suplicar.

Cresci alheio às palavras que denegriam sua imagem. Mas, sempre as desconsiderei, pois eram, são e sempre serão falácias. Quantas vezes rimos juntos, brincamos juntos, pedimos segredos, revelamos segredos, assistimos a filmes, brigamos e nos reconciliamos?

O mundo deu voltas e a senhora é a mesma pessoa: feliz, apesar dos encargos matriarcais, justa, amável, otimista e “fofuxa”. Certo, certo. Eu sei que a senhora é a fofuxa de Louise. Mas, para mim, a senhora é a minha sonhadora: a mulher que sempre quis morar numa fazenda, que quis conhecer o mundo, que se questiona se tivesse noivado com outro rapaz... Lembra?

Portanto, vó, minha sonhadora, resumo tudo que disse em duas palavras: AMO-LHE. E sempre a amarei, mesmo nos dias nebulosos e nos dias ensolarados. Mesmo que falem mal a seu respeito, mesmo que eu tenha que negá-la, não farei. Sacrifico-me a falar-lhe essas palavras, pois, como a senhora sabe, sou como um castelo inexpugnável. Mas, a sua benevolência o invade e o transforma, revoluciona em um espaço democrático.

Oro, todos os dias, a Deus para que Ele lhe conceda mais fôlego, ânimo, coragem, vivacidade... Pois, quando chegar o dia que a senhora for recolhida do pasto para descansar na presença Dele, ficarei desolado. Por quê? Porque é a minha sonhadora sacrificadora que está indo embora.

Mas, agora, agradeço a Ele por esta digna oportunidade de expressar uma parte de meu mundo complexo interior.

Mais uma vez: à minha mãe, avó, pai, irmã, refúgio e sonhadora minhas congratulações...

Espero assim, escrever mais homenagens à senhora. Que Deus a abençoe e dê-lhe graça.

Do seu neto,

Deo.

Deo Odecam
Enviado por Deo Odecam em 26/08/2011
Código do texto: T3182519
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