Tonico e Tinoco
Adiante tinha um bar sempre cheio, mais a frente vendia lanche. Na parte de trás, uma extensa pista de onde viam destinos de todos os cantos. E ao meio, o grande espetáculo!
Nem todos entendiam como belo, mas quem quer que fosse que entrasse ali, não deixaria de notar os artistas.
As árvores vez ou outra aplaudiam, os bancos continuavam ali, parados, perplexos com habilidade de ambos. Os pássaros os viam, os cachorros dormiam ali, diversas vezes os andarilhos viam ver. As crianças com seus pais e até só os pais, ou futuros pais.
Tocavam, sem cessar o sorriso, sem parar por nenhum momento, havendo quem os ouvisse, ou não
Em algum lugar do mundo, sem cansar ou deixar escapar qualquer palavra. Dois homens de cimento tocavam um profundo silencio em uma pequena praça, uma das maiores daquela cidade, talvez.
Um dos dois, já morrera, mas continuara eterno por ali.
Alguns julgavam como heróis, outros não sabiam nem o que fora tais.
Opiniões não importavam, eles não as ouviam, eles só cantavam e cantavam, eles recitavam em ritmo, suas poesias. Um sertanejo calado, dando ar do que se achasse de melhor. Clamavam por seus amores, contavam de sua vida, suas saudades, sobre seu gado. Ninguém ouvia, senão quando as lembranças tocavam também, num passado não muito distante, dois homens animados, dando a voz aquela praça que agora estava tão quieta.