UMA FLOR DE SOBRENOME CALCANHOTTO

Pode parecer loucura,

Mas se for, pouco me importa.

Não tenho medo da loucura,

Ela me torna livre.

Mas eu vi uma flor singela e cor de rosa,

Surgir em meio a escuridão de um palco numa noite de sábado.

Seus segredos não me foram revelados,

Mas suas canções permitiram-me conhecer suas verdades.

Sem mentiras,

Sem gritos,

Apenas pelo suave e doce som de uma linda voz, que ecoava naquele ambiente,misturando-se em meio a uma plateia com sede de verdades.

É verdade! Acreditem! Eu vi uma flor singela e cor de rosa,

Surgir em meio à escuridão de um palco numa noite de sábado.

Não percebi sua fotossíntese,

Mas me foi perceptível a falta de ar,

Causada por aquela flor misteriosa

Na leveza em que nos deixava aquela flor de sobrenome Calcanhotto,

Quando se punha a cantar.

Se existem abelhas que a perseguem,

É porque existe mel na sua essência.

Como existe verdade profunda em seu olhar.

Canta, Calcanhotto! Canta!

Para que eu possa sentir novamente o prazer em estar vivo,

E de poder sonhar.

Quero ver a flor cantar mais uma vez,

Devolvam-me a flor antes que chegue o inverno

Pois não desistirei de revê-la,

Nem que para isso tenha que ficar a espera-la naquela estação.

Alexandro Pereira
Enviado por Alexandro Pereira em 12/08/2011
Reeditado em 17/09/2011
Código do texto: T3156303
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