UMA FLOR DE SOBRENOME CALCANHOTTO
Pode parecer loucura,
Mas se for, pouco me importa.
Não tenho medo da loucura,
Ela me torna livre.
Mas eu vi uma flor singela e cor de rosa,
Surgir em meio a escuridão de um palco numa noite de sábado.
Seus segredos não me foram revelados,
Mas suas canções permitiram-me conhecer suas verdades.
Sem mentiras,
Sem gritos,
Apenas pelo suave e doce som de uma linda voz, que ecoava naquele ambiente,misturando-se em meio a uma plateia com sede de verdades.
É verdade! Acreditem! Eu vi uma flor singela e cor de rosa,
Surgir em meio à escuridão de um palco numa noite de sábado.
Não percebi sua fotossíntese,
Mas me foi perceptível a falta de ar,
Causada por aquela flor misteriosa
Na leveza em que nos deixava aquela flor de sobrenome Calcanhotto,
Quando se punha a cantar.
Se existem abelhas que a perseguem,
É porque existe mel na sua essência.
Como existe verdade profunda em seu olhar.
Canta, Calcanhotto! Canta!
Para que eu possa sentir novamente o prazer em estar vivo,
E de poder sonhar.
Quero ver a flor cantar mais uma vez,
Devolvam-me a flor antes que chegue o inverno
Pois não desistirei de revê-la,
Nem que para isso tenha que ficar a espera-la naquela estação.