Amigo Poeta

Amigo Paulo ... trago novas cá dos montes
Por mais que tente essa saudade sempre dói
Só de lembrar que vivo n’outros horizontes
E na distância que se me impõe de Niterói

Conto nos dedos, sei que um dia hei de voltar
Meu pensamento, o tempo todo só vagueia
E o coração insiste em se descompassar,
Com meus lamentos ... oh !! Ponta D’areia !!!

Tirando o sonho, estou mandando estas estrofes
Peço ao bom mestre a fineza em me ajudar
Tenho certeza que resolve com dois toques
Em frases belas e palavras de rimar

É que de tanto fazer versos com mulatas,
Não vejo mais outra paixão prá me inspirar
Olho pro céu, faço canções e serenatas
Mas minha letra está pertinho de secar

Só vejo curvas de cabrochas à minha frente
De lábios finos, meu amigo, nem pensar
Tem que ter boca de crioula saliente
Traseiro grande que é mais fácil de pegar

Amigo Paulo, todas vão ter que entender
Falo com jeito pra polaca não raivar
Nisso não quero agora mais me intrometer
O seu espaço ela vai ter que buscar

Você percebe a solidão que vivo agora ?
Tem gente perto que nem vai acreditar
Largo a mulata por amores de outrora
Se outros versos o amigo me enviar

Eu me despeço, certo de que bem proseei
Mui satisfeito em ter podido segredar ...
Amigo Paulo, as mulatas que falei
São um colírio, lindas, ... todas de matar

Fico feliz por ter tentado me explicar
Trato seus versos com o mais profundo zelo
Peço pro vento bem depressa o abraçar,
Amigo e mestre, ... Paulo Cesar Coelho

 
Germano Ribeiro
Enviado por Germano Ribeiro em 09/08/2011
Reeditado em 21/08/2011
Código do texto: T3149404