Sobre uma tal dinamarquesa: amor e desilusão

Já dizia o nosso grande poeta Carlos Drummond de Andrade:

"Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração parar de funcionar por alguns segundos, preste atenção: pode ser a pessoa mais importante da sua vida."

Ahh... O amor. Há algum tempo, via pessoas dizendo estarem apaixonadas, que encontraram o amor da vida delas. Eu percebia, pelos olhos dessas pessoas, o quão bom é estar apaixonado. E eu só esperava a minha vez, "Será que ela vai chegar?", pensava. Mas eu não me importava muito ou, pelo menos, tentava não me importar.

Foi quando eu a vi. Nossa! Tudo parou... Pele branca, cabelos longos, loiros e ondulados, olhos castanhos e aquele sorriso... O sorriso foi o que mais chamou atenção. Ela sorria como nenhuma outra pessoa. E ela começou a fazer Teatro comigo. O nome dela? Bom, eu prefiro não escrever aqui para não causar possíveis problemas, mas uma coisa eu posso falar: ela era dinamarquesa, nasceu em Copenhague. Ela também tinha várias manias como, por exemplo, não poder colocar o pé esquerdo (ou direito, mas eu acho que é esquerdo mesmo) na linha, ou algo do tipo. Muitas homens falariam, "Nossa! Que coisa chata. Eu não quero ficar com uma mulher assim!". Mas, pra mim, essas manias só deixavam ela mais bonita, mais encantadora.

No início eu pensei que o que eu tinha sentido era coisa a toa. Mas foi crescendo, a cada dia que passava. Eu queria ficar perto dela, eu queria ouvir ela falar, ver o seu sorriso... Então eu percebi que, como as pessoas do início do post, eu também poderia estar apaixonado. Uma coisa inexplicável!

O tempo foi passando e eu decidi que deveria falar com ela. Mas e a coragem? Era o que mais me faltava. E eu deixei passar...

Foi quando ela disse para todos do Teatro que viajaria para a Dinamarca no final do ano (isso era no ano passado) e ficaria lá por seis meses. Aí eu disse pra mim mesmo, "É agora ou nunca, meu caro!". Estava resolvido! No início eu contei com uma outra amiga para fazer uma especie de 'ronda', o que me deixou mais nervoso ainda. E, mesmo sabendo que provavelmente não iria dar certo com a dinamarquesa, eu comecei a me praparar para falar com ela.

Acabou que eu deixei para falar no último dia do Teatro, no dia da nossa apresentação. As circunstâncias ajudaram porque, como íamos fazer uma festa surpresa para ela e tínhamos que levá-la para algum lugar, eu a levei e aproveitei para falar tudo o que tinha para falar.

Foi no cinema que tinha no segundo andar de onde fazíamos Teatro. Eu estava tremendo muito. Muito mesmo. A qualquer momento eu sentia que meu coração poderia parar. Mas eu respirei fundo e comecei. No meio do processo eu já estava mais calmo e só conseguia ver o rosto dela e suas expressões de quem estava surpresa e, ao mesmo tempo, não entendia nada. Ah! Eu me lembro que eu comprei uma caixa de Ferrero Rocher e entreguei pra ela depois. No fim das contas ela falou algo do tipo: "Olha, Ítalo, eu gostei muito de saber que você se sente bem perto de mim, mas esses sentimentos não são recíprocos". Ela disse isso não de uma maneira fria assim, óbvio. Por saber que provavelmente não iria dar certo, eu não fiquei tão triste assim. Na verdade, eu achava que não ficaria.

No dia depois que nós nos apresentamos me deu um aperto no coração. Eu pensava que talvez eu nunca mais a veria. Aí sim eu fiquei bem triste. E essa trsiteza não passava. Todos falavam que isso ia passar, era questão de tempo, mas todos eles estavam errados. Eu sabia que, naquele momento, ela era a única pessoa no mundo que poderia me fazer feliz. Hoje nós ainda somos amigos, ela ainda está na Dinamarca (vai voltar em Junho ou Julho) e eu ainda sinto algo vazio dentro de mim, algumas vezes.

Bom, é a vida. Eu tento me conformar que eu nunca terei ela do meu lado, mas não consigo. Vou lutar por ela até o fim!