DOCES LEMBRANÇAS...

No início da década de 70 quando cheguei aqui em Ponta Grossa, era um jovem sonhador – e sonhador continuo – fiz muitos amigos admiráveis, mas, particularmente um deles foi mais um reencontro do passado, meu grande amigo Sérgio Eglin Batista, que, inclusive eu trouxe aqui para o Recanto das Letras, e não é que o rapaz está poetando de forma brilhante? Merece ser prestigiado pelos colegas de literatura.

O Eglin compôs um singular poema falando de nossa amizade, de como desfrutávamos a juventude naqueles dias recuados. Ele chamou-o de Chicrílio numa homenagem à minha pessoa.

Eu tinha uma mania de chamar as pessoas de uma forma carinhosa, assim chamava uma criança de Chicrilinho, os amigos de Chicrílio. E Chicrílio era masculino e feminino...

O termo Chicrílio nasceu da visão de uma chinchila, um animalzinho querido, fofinho que dá uma vontade da gente apertá-lo, de tão bonitinho, frágil que é...

Chicrílio não tem outro sentido a não ser denominar alguém querido que a gente tenha vontade de afagar...

Não desejo me considerar inventor de palavras, mas esse carinhoso apelido lembrando a chinchila me alegra imenso por tê-lo criado...

Nesta bem elaborada composição, o Chicrílio Eglin, descreveu direitinho o Chicrílio Campos, minhas vestes, calça boca de sino, blaiser, sapato plataforma, cabelo black power, e as serenatas que fazíamos, as andanças na noite a cantar, sempre com um violão à tiracolo.

E, alta madrugada íamos pelos fundos das padarias comprar pães quentinhos que os padeiros nos vendiam. Doces lembranças...

Eis o poema:

CHICRÍLIO

Tempos idos,

Amores sentidos,

Sonhos vividos...

É como a amizade se forma

Usando sapatos plataforma.

Um belo blaiser trajar,

Cabelo black power,

E sair na noite a cantar.

É preciso ter um certo tino,

Para saber usar

Calças boca de sino.

Sair formoso

Pelas ruas a passear,

Usar droga... Nem pensar,

Andar até a sola gastar.

Caminhando na escuridão,

Ótimas horas passadas,

Com um amigo e um violão.

Luz na janela em tela,

Rosas furtadas atiradas à janela,

Mas não aparece Stela...

Stela... Em que estrela você se escondeu...

Um coração,

Uma canção,

Quantas semelhanças

Em nossas andanças.

Eglin

Então, aqui fica a minha homenagem ao meu amigo Chicrílio... o Sérgio Eglin Batista...

PEDRO CAMPOS
Enviado por PEDRO CAMPOS em 03/08/2011
Reeditado em 16/11/2011
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