"Preste atenção, o mundo é um moinho"

Poucas coisas na vida me atingem tão forte como essa música.

Logo quando se inicia o começo da melodia, com o som do instrumento tocando da forma mais doce ao fundo, meu coração já suspira. É como se a música estivesse sendo tocada em cima da minha alma, e por ela posteriormente, interpretada. Por isso ela quase chora, quase desmaia de tanto sentimento. Mas não é um sentimento ruim este, não. Muito pelo contrário. Quando a música começa eu penso na imagem mais bela que a minha mente é capaz de formar. Me vejo feliz, cantando e daçando neste cenário ao ritmo dessa música que faz crescer aqui dentro uma vontade sufocante de viver.

E ela me obriga, quase que usando uma força bruta, a parar de fazer qualquer outra coisa para senti-la. É como se força de atração me puxasse para perto dela, eu não sou capaz de resistir. E choro, choro, choro. Todas as vezes eu choro. Quando termina passa por mim um alivio, um sorriso se abre em meu rosto, e parece que a minha fica mais leve.

Ouvi diferentes interpretações dela e, mesmo surgindo algum efeito, nenhuma das versões se compara àquela em que o proprio Cartola a interpreta. A música é sim a mais linda poesia, mas a voz dele misturada àquela melodia me levam a um paraíso, a um mundo que eu, antes de conhecê-la, julgava não existir.

Cartola é, portanto, para mim, mais do que um mero poeta. Essa música principalmente, dentre todas as suas obras, parece que foi feita exclusivamente para a sua voz. Ele teve a incrível capacidade de criar um obra e ser o melhor a interpretá-la. Talvez ele se conheça o bastante, ou talvez ele simplesmente tenha um dom, o mais belo deles.

Ao Cartola, eternamente.

Louise Hammer
Enviado por Louise Hammer em 31/07/2011
Reeditado em 15/08/2011
Código do texto: T3131087
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