ACALANTO...

Toda mãe é um cálice sagrado,transbordando em essências de afe -

to,tolerância e desprendimento.

Nem heroína,nem vilã.Todavia humana e a um só tempo excelsa.

Mesmo errando é motivada pela ânsia de acertar.Logo,a indulgência para com os seus é uma constante alameda florida.Mãe leva no peito a janela sempre aberta do coração:portal da percepção sublime.

A paciência é o seu mais caro adereço.

E ainda que alquebrada,abatida,tem o olhar que irradia a luminescên

cia da sabedoria,advinda da jornada de todas as épocas...

Mães possuem a têmpera do aço,vinculada ao mito da fragilidade pe

la condição feminina.

Musa inspiradora desde os primórdios,é afresco imortal da sensibilida

de artística.

Farol dos justos e anistia dos ímpios,ela é zen nos instantes de aflição e guerreira na defesa da prole.

Mãe é simultaneamente diva e missionária.

A contento e com desenvoltura ímpar,mata um leão por dia em suas

múltiplas funções do cotidiano.

A fé é o seu escudo e a dedicação o seu altar.

Flexibilidade é o lema que a mobiliza e a diplomacia norteia quais -

quer atitudes,maquiada pelo glamour da modéstia.

Quando jovem é intuitiva aprendiz.Se anciã é generosa,altruista.A

idade...a idade é mero detalhe.

Seja negra,ruiva,afro,branca,mestiça ou loira.Romântica ou prática,

conservadora ou moderna,simples ou sofisticada: a nobreza de senti -

mento é a sua religião.

Rainha do lar e princesa das fadas,tem o dom de encantar ao fluir mavioso das antigas canções de ninar.

Mãe é uma dádiva.Uma etnia.É a causa e a cura.

As vezes sutil,outras, intempestiva.Senhora dos quatro elementos é

o nosso porto seguro,permeado de força e candura;num exemplo que molda a personalidade a quem gerou ou acolheu.

Definições são infindas...

Mãe é sacerdotisa pelas vertentes que transcendem o bem e o mal.É

o elo que nos liga ao Altíssimo pelo milagre que unifica a carne e o es-

pírito.

Mãe é o Anjo que deixou suas asas no etéreo,desceu à terra e nos abriu os braços com a pureza do éter.Aceitando e partilhando conosco o legado do amor...embalando-nos no colo da renúncia.