Nossa homenagem à Recantista Ana Flor de Lácio

ÚLTIMA FLOR DO LÁCIO - por Olavo Bilac

Última flor do Lácio, inculta e bela,

És, a um tempo, esplendor e sepultura;

Ouro nativo, que na ganga impura

A bruta mina entre os cascalhos vela...

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Amo-te assim, desconhecida e obscura,

Tuba de alto clangor, lira singela,

Que tens o trom e o silvo da procela

E o arrolo da saudade e da ternura!

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Amo o teu viço agreste e o teu aroma

De virgens selvas e de oceano largo!

Amo-te, ó rude e doloroso idioma,

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Em que da voz materna ouvi: "Meu filho!"

E em que Camões chorou, no exílio amargo,

O gênio sem ventura e o amor sem brilho!

Raio Eterno
Enviado por Raio Eterno em 21/07/2011
Código do texto: T3109371