O Dico viajou, sim, aquela viagem!
O Dico viajou, sim, aquela viagem!
Benedito Gomes de Lima, um humilde trabalhador aposentado, não pelo emprego que trabalhou por muitos anos, funcionário do extinto SAMAE – Serviço Autônomo Municipal de Águas e Esgotos, de Jandaia do Sul, e SANEPAR - Companhia de Saneamento do Paraná, mas pela ocupação de trabalhador na lavoura, a tal aposentadoria do FUNRURAL.
Analfabeto, sabia assinar só o nome, garranchos, e sabia votar com a famosa “colinha”.
Nasceu em 25/03/1937 no Sítio Pintado, município de Santana do Ipanema – AL, atrás da Serra da Camonga, distante uma légua da sede municipal.
Dizem que foi mulherengo, mas...
Dizem, também, que tempos atrás defronte à antiga Delegacia de Polícia, depois sede do Pelotão da Cia.da Polícia Militar, braço do 10º BPM, cantou uma mulher: -“a senhora não tem uma ... prá eu quebrar um daio?” Por ser gago, não pronunciava galho!
Coitado, por estar logo ali, no lugar e hora errados, a tal senhora já o mandou encanar.
E quem foi soltá-lo, por ser servidor municipal? O senhor prefeito Hermínio Vinhole.
Viveu parte da vida, 24 anos, com a Geralda Firmino de Lima, casados que foram no patrimônio Columbia, município de Bom Sucesso – PR, em 16/10/1961, e a partir de 1985, por não viver mais em harmonia com a esposa no Jardim São José, em Campinas – SP, retornou à Jandaia do Sul.
Conheceu a viúva de uma pessoa alcoólatra de Mandaguari – PR, a senhora Norica da Silva Pinto, viveram maritalmente por esses 25 anos, os quais foram preponderantes para que esta senhora o fizesse largar do vício do alcoolismo já havia uns doze anos.
Quanto ao alcoolismo, frequentou algumas vezes a ARA – Associação de Recuperação dos Alcoólatras, de Jandaia do Sul – PR, sempre acompanhado da sua mãe Maria Odália (ou Ana Maria das Dores) e seu irmão Adiones Gomes da Silva, o Ponga, este que deixa estas parcas palavras. Quanto à diferença de nomes, datas de nascimentos, os nordestinos são geralmente atrapalhados. Porém o nome do pai coincide: Manoel Gomes da Silva. Legal!
Segundo próprio relato foi sempre pobre, rolista na rodoviária de Jandaia de bugigangas com seus amigos também aposentados Dimas, Miguel, Nelson, Zé Maringá, e outros.
Estes dois últimos foram seus compadres e sempre dizia, caguejando:
-“O cumpade Zé Maringá é gente boa, mas o Dimas é caba safado!”
Foi acompanhado pela saúde pública de Jandaia do Sul – PR, de Apucarana – PR e de Londrina – PR, com exames da próstata, má circulação sanguinea da perna esquerda, agravando para uma possível trombose, sendo que no início de 2010 foi operado do tumor benigno prostático.
Foi encaminhado ao PAM – Pronto Atendimento Municipal, de Jandaia, às 12:20 horas do dia 19 pelo seu “mano” Adiones, pois relutou de ir de ambulância, na parte da manhã.
Esqueceu de respirar às 14:45 horas na Rodovia BR 376 – Município de Apucarana – PR, no caminho do Hospital da Providência, onde deu entrada já sem vida às 14:51 horas, no domingo dia 19/09/2010.
Dico, alguém pode perguntar: por quê? Era o apelido dado pelo nosso tio Valdemarzinho que reside no Parque Universitário, em Campinas – SP, pois trabalharam juntos de “gato” e “cozinheiro”, tomando conta da “peãozada” nas Fazendas dos Irmãos Godói, de Londrina – PR, formando muitos cafezais no norte paranaense nos idos de 1950/60, da Capital Mundial do Café à Cascavel, inclusive com a ajuda de outro tio, o Manezinho, que ficou pouco tempo e não suportou o frio, as grandes geadas no sudoeste paranaense! Virou uma abelha... Retornou para Alagoas. Portanto, o Dito (ou Dico) viveu a vida, do seu jeito!
Autor: Adiones Gomes da Silva, o Ponga, Vice-Pres.da Soc.dos Poetas Jandaienses – SPJ,
Doc.nº 078, de JUL/2011.