Aedo

na fala do ensejo,

na ânsia das letras,

por maior anelo

não pode enunciar...

dizer a emoção,

àquele que sabe,

podia vogar.

e prende a voz

tornando-se algoz,

em estertor atroz

de dizer

incoerente.

e colhe o terror

de águia melindra,

que sem arribar,

não fende mais asas,

não lumina lugar.

mas fala o ditame

em clamor de alentar:

- aedo tu és!

te ergue aguerrida.

busca com afã,

não estás

sozinha.

compõe a poesia,

conquista tua lume.

e sente a dor

que brota lungente

do ato provir

no átrio afanoso

do desabrochar

constante

da rima.

e nasce loquaz

a poesia,

o amor.

vibrante negaça,

estonteante esplendor!

Maria
Enviado por Maria em 16/07/2011
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