...Blues...
Unha e esmalte a orla do lábio,
na taça escarlate o líquido vistoso,
o sutil whisky delicado.
No batom maçãs aromáticas,
na veste vermelha,
o desenho curvo do corpo não nu.
A mulher rubra alicia,
derrama na voz a dor de uma nota morta...
O olhar felino abismal.
A mulher dança ao soar da guitarra,
lacrimejando o suor soluçante,
onde a música beija seus pés.
Grita frente a luz que se aniquila lentamente...
De dorsos para o palco,
anda sensualmente desfolhada,
tilintado como suas infinitas pernas.
A voz se cala e emudece,
um cristal em silencia nasce,
luz em volúpia fina.
A mulher é música,
erva solitária,
sombra viúva,
cintilante chama,
língua de fúria.
Agora ela vaga nas entranhas,
eternamente viva em veias,
fonte alucinante no seio.
Seu nome é Blues e ela ecoa delirante pelas Eras...