...Blues...

Unha e esmalte a orla do lábio,

na taça escarlate o líquido vistoso,

o sutil whisky delicado.

No batom maçãs aromáticas,

na veste vermelha,

o desenho curvo do corpo não nu.

A mulher rubra alicia,

derrama na voz a dor de uma nota morta...

O olhar felino abismal.

A mulher dança ao soar da guitarra,

lacrimejando o suor soluçante,

onde a música beija seus pés.

Grita frente a luz que se aniquila lentamente...

De dorsos para o palco,

anda sensualmente desfolhada,

tilintado como suas infinitas pernas.

A voz se cala e emudece,

um cristal em silencia nasce,

luz em volúpia fina.

A mulher é música,

erva solitária,

sombra viúva,

cintilante chama,

língua de fúria.

Agora ela vaga nas entranhas,

eternamente viva em veias,

fonte alucinante no seio.

Seu nome é Blues e ela ecoa delirante pelas Eras...

Diego Martins
Enviado por Diego Martins em 07/07/2011
Reeditado em 07/07/2011
Código do texto: T3081603
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.