Sete Lagoas
Na terra dos "Lagos Encantados" nasci
Saudades de lá sempre senti.
Visitando a cidade percebi
As características do povo dali.
São as mesmas que sempre conheci.
As palmeiras ladeando as avenidas no entorno da Lagoa Paulino, lagoa central.
Onde da ilha, no encosto da lagoa, atualmente posso ver um enorme chafariz.
Em frente a lagoa central ainda bem instalado está o museu e o Instituto Regina Pacis.
Saudades do que vivi.
O entardecer na Serra Santa Helena, nunca esqueci.
Bares, lanchonetes, restaurantes, prédios residenciais e comerciais.
Ainda encontram-se na cidade, as antigas lojas de tecidos vendidos a metro e a quilo.
Concessionárias de motos e veículos agora também se encontram na minha terra.
Além das antigas siderúrgicas,agora tem diversas indústrias.
A brisa fria vem de encontro aos rostos das pessoas que passam por ali.
Observam a calma das águas e os beijos do colibris.
Esvoaçando por entre as árvores floridas tem os bem –te- vis.
Os pedalinhos em formato de cisne branco despertam a vontade em se divertir.
A água cria um fascínio e parece cobrir-se de prata, com o sol que reluz sobre ela, as ondinhas parecem sorrir.
Ruas calçadas com pedra, largas para a caminhada praticar.
Pode-se ver a grama verdinha a beira da lagoa, uma árvore preguiçosamente debruçando seus galhos na água.
À noite a lagoa fica ainda mais linda!
As luzes refletidas na água escura, devido ao céu, cria um efeito sedutor.
Não moro mais lá, mas costumo visitar.
Lembranças da minha infância e adolescência.
Dos namoros inocentes sentada a beira da lagoa.
Do salsichão cortado em rodelas e salpicadas de mostarda acompanhado do gostoso e geladinho suco preparado na hora, saboreados na lanchonete que fica na Ilha, atração da lagoa.
Bailes nos clubes onde toda a turma se encontrava.
Idas ao cinema escondidos e ninguém notava.
O povo ainda conserva a mesma linguagem, os mesmos trejeitos.
Saudade de quando lá morei .
Agora a cidade possui um shopping e as avenidas mais largas foram criadas.
Com reforma do Mineirão em Belo Horizonte, a Arena do Jacaré ficou mais falada.
Diversos times lá jogaram e meu time lá foi Campeão Mineiro!
No tempo de pura inocência, de brincadeiras e passeios ao centro da cidade a pé.
Dos parques de diversão e circos que sempre estavam por lá.
Saudade da estação ferroviária.
Do trem de ferro passando em frente a casa de um parente,
onde tremia tudo e a gente ficava sentado na varanda contando quantos vagões passavam perto da gente.
Lembro -me dos grandes quintais onde antigamente haviam frondosos pés de manga e abacate.
Mandioca plantada por todo lado em meio aos pés de quiabo.
Feijão entrelaçando nos pés de milho e a gente tropeçando nas abóboras.
Em um canto do quintal a hortinha básica cercada de tela e portãozinho com tramela; cebolinha, salsa, couve, hortelã, poejo e um pé de boldo bem crescido.
A casinha do cachorro perto da porta da cozinha, de onde a gente, para ele, o osso jogava.
No outro canto do quintal o galinheiro, fechado com telas e telhadinho.
Poleiros diversos para as galinhas caipiras, pintinhos e um galo valentão.
Vários ninhos, onde as vezes tinha uma galinha choca deitada ali por capricho, ou ela realmente estava chocando. Aí era preciso ter cuidado com ela, além de ficar brava e bicar, ela não podia sair do ninho para os ovos não esfriar. E os pintinhos teimosos, uns amarelinhos, outros já começando a ter cor nas penas, que dentro do galinheiro não ficavam, as vezes chegavam perto do cão e corriam assustados.
Patos e patinhos caminhando em fila indiana, fazendo contornos pelo quintal, passeando pelo terreiro e as vezes nadavam na lagoa da Boa Vista.
Cidade cercada por serras azul-marinho.
E a Serra Santa Helena onde da minha casa eu podia ver,
os devotos subirem a pé e de carro para cumprirem promessas.
Pareciam formiguinhas escalando um formigueiro de tão alto que estavam.
Eu na minha infância não tinha noção do que significava aquela procissão de fiéis, mas costumava segui-la para chegar perto da igreja e ver tantas barracas com gostosuras e lembrancinhas e o parque de diversão.
O campo vasto e gramado com barracas multicoloridas, onde o pessoal acampava.
Ah que saudades daqueles tempos, que ficaram guardados em minha lembrança!
A Lagoa da Boa Vista no fundo do quintal de um parente onde íamos passear para nadar nas margens e pescar sentados em cima da tábua que ia até o meio da lagoa.
Romantismo, natureza e muito azul das águas.
E a “mineirice “ característica do lugar.
Sete Lagoas, cidade presente em minha vida e em meus sonhos.
Cidade onde tenho parentes e conhecidos.
Ah que bom, lá retornar!