Eu e meu cão

Estou repostando esta homenagem a um cachorro que eu tive. Ele merece. ( risos)

Vejo-me as vezes sob um engano

Quando venho permitir

Me fazer raiva o meu cão.

Nossa! O animal incomodando o humano!

Como tão irracional ele consegue me infringir

Tendo a sua vida condicionada à submissão?

Tenho eu para com ele de ano a ano,

A obrigação de fazê-lo subexistir

Dando-lhe água,comida,afago e ração

E a ignorância dos gritos de um dono "soberano"

Mandando-o entrar ou sair

Ou deitar-se em um pano sobre o chão.

E ele me obedece.Me faz me sentir um insano

Ao abanar-me sua cauda sem fingir

A sua fidelidade diante do meu "não".

Se ele pudesse falar talvez diria-me: Pobre amo,

Por que tentas me agredir

Se agrides a si mesmo por sua incompreensão?

Sou um cachorro! Meu espírito é mundano!

Com instintos de morder,rosnar e latir

E te esperar à noite junto ao portão.

Podes me acorrentar que eu não reclamo.

Por que achas que quero de ti fugir

Se o mundo, fora o seu quintal, me é em vão?

É Buran...Caso eu tenha te causado algum dano,

Se você quiser,do seu jeito podes rir

Mas de alguma forma te peço algum "perdão".

Peço-te desculpas por um ato se profano

E espero que ainda não seja tarde em te pedir

Que ainda sejas meu cachorro. O meu amigão.

Geraldo Lys
Enviado por Geraldo Lys em 12/06/2011
Reeditado em 12/06/2011
Código do texto: T3031018