Meu tesouro
“O doce prazer de ser pai”
Ah, o doce prazer de ser pai, mas quando nos constituímos pai?
Eu me constituí no momento da anunciação da concepção, neste momento senti a necessidade de mudar, de me reeducar, de poder conhecer para poder ensinar àquele que estava a caminho. Eu o amei em minha imaginação, no sorriso da Linda, progenitora. Eu o “via” em sua casa sagrada. Eu o “sentia”, na tecnologia eu o via.
Mas nada comparado ao advento da sua chegada, aquele rostinho ímpar, aquele ser divino que havia sido concebido pelo amor de dois. Quando comecei a mudar e deixar de ser apenas filho para tornar-me pai.
Contemplá-lo em seu berço como a uma “estátua de amor”, vê-lo crescer, sorrir brincar. Sentir que mudei por ele, que tantas vezes em muitas madrugadas fui e vou ao seu quarto vê-lo, contemplá-lo, amá-lo com amor de pai seduzido pelo amor de Deus.
Ser pai -ah, ser pai- é chegar nervoso do trabalho e ver seus monstros sumirem devido a um sorriso de seu tesouro, é vê-lo começar a andar e vislumbrar um mundo de possibilidades para ele. Ah, ser pai, é vê-lo crescer, caminhar, aprender, saber que posso e devo moldar-me para poder moldá-lo no amor, na honestidade no respeito...
Muitos dizem: filhos para que tê-lo?
Mas quando os tem dizem: Meu filho que maravilha tê-lo.
Ah, ser pai, ser pai é ensiná-lo a caminhar e caminhar juntos, é mostrar os meios para se fazer algo e não fazer por ele, é aprender com ele o que em décadas não se aprendeu.
Ah ser pai, é ouvir seu tesouro nas mais simples coisas e fazer daquilo uma festa em comum, como não se faria por ninguém.
É chegar cansado depois de um dia de trabalho e estudo e levá-lo à cama, beijá-lo, abençoá-lo e falar, mesmo que ele não ouça: durma com os anjinhos meu filho, papai te ama, Deus o abençoe.
“Ah, doce prazer de ser pai”
“Àquele que me deu o prazer de ser pai”
“Meu tesouro”.