MÃES GUERREIRAS DE REALENGO
É estranho falar de ausencia
Quando uma mãe perde um filho
Parte se esvai de sua essencia
Um filho perde a mãe, perde da vida o brilho
A dor é apenas um verbo
Que se dá para tentar adivinhar o sofrer
Sofrimento é do mal o seu mais fiél servo
Mas Deus nos faz mais fortes na sua maneira de ver
Mãe de realengo são guerreiras
Que lutaram com um destino implacável
Na abobada suspensa serão estrelas
Venceram a si mesmas vítimas do inenarrável
A alma desta mulheres de amor fecundo
Não podem culpar o mundo
Tudo na vida tem sua hora
E agora só há consolo pra quem ora
São provações que a vida impõe
Um momento em que tudo muda de cor
São versos tristes que o poeta compõe
Mais tal como o amor também faz versos da dor
O importante é saber que Deus sabe o que faz
E nós não sabemos o que dizemos
O tempo vai moldando, dentro de sua manga há um Ás
Cabe a nós aceitar aquilo que não vemos...
A todas estas lindas MÃES de Realengo
Que Deus as abençõe e as conforte
Seu proprio filho venceu a morte
Voces haverão de colher ainda o fruto verdoengo.
Acreditem que modelar esta dor
Já há em sí um movimento de vence-la
Mais forte do que o perdão só o amor
Somente a Redenção colhe a fruta até amadurece-la.
P.S. em homenagem a Ciranda "SEIO VAZIO às mães de Realengo" de André Fernades e Pedra Mateus.