UMA GAROTA DE 82 ANOS E O DIA DAS MÃES
De: Ysolda Cabral
Arlete Franco Belo, para mim Belinha... Belinha pelo Belo do nome e por ela ser uma pessoa verdadeiramente bela aos oitenta e dois anos de idade. Sem plásticas, sem analistas, sem academias de ginástica... Apenas ela, uma alimentação balanceada, associada com longas caminhadas; a família – esposo, filhos, netos, bisnetos – sua fé em Deus e seu trabalho.
Funcionária, matrícula nº 001, do Conselho de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Pernambuco – Crea-PE, Belinha, diariamente, é a primeira a chegar para trabalhar. Faz Isso há sessenta e dois anos, exceto nos períodos de férias, ocasiões em que, aproveita para viajar. Conhece quase o mundo todo, mas é no trabalho, e à frente do seu computador que se sente feliz e realizada.
- É muito bom tê-la por perto todo dia!
Inteligente, de raciocínio rápido, elegante, espirituosa, e, principalmente disposta; Belinha é realmente um espetáculo! Das várias tarefas que desempenha, a emissão de cartas de cobrança, chama a atenção de todo mundo pela agilidade com que emite milhares delas, trocando ela mesma as caixas do papel da impressora, as quais não são nada leves e sem a ajuda de ninguém. - Nem adianta oferecer, pois ela não aceita.
Vez ou outra pára um pouco e alonga, para baixo, para cima; bebe um pouco d’agua, toma um cafezinho e logo em seguida volta ao trabalho.
- Ela realmente impressiona.
E, mais impressionada fiquei dia desses quando a convidei para almoçar comigo. Animada; de pronto aceitou o convite. Fato surpreendente uma vez que, ela ''adora'' a companhia da Tê Lima. - Não sei a razão, pois sou muito mais eu (risos). Contudo, nesse dia ela aceitou almoçar comigo e lá fomos nós.
Eu, toda contente da vida e toda cuidado e atenção para com ela, não sabia o que fizesse para que percebesse o quanto eu estava feliz de tê-la em minha companhia.
Inclusive, tive o cuidado de não esquecer nenhum detalhe de gentileza e boas maneiras, tais como: abrir portas, segurar o elevador para que entrasse e saísse com toda segurança, e, já na calçada, tratei logo de lhe colocar do lado de dentro - longe do meio-fio -, para prevenir qualquer imprevisto.
Quando chegamos ao cruzamento, onde teríamos que atravessar a avenida de quatro largas faixas, o semáforo estava no vermelho, começando a se preparar para dar lugar ao sinal verde. Parei com a intenção de esperar que ele fechasse novamente, para só então atravessar com segurança, quando, de supetão, ela me pegou pela mão e me puxou, obrigando-me a atravessar a avenida correndo!
Uma vez do outro lado, eu, estupefata e totalmente sem fôlego, levei uma senhora bronca por ser tão "mole’’ e ‘‘lentinha”.
Eu posso com uma coisa dessas?!!! (Risos)
Feliz “Dia das Mães”, minha amiga querida.
Para você e para todas nós.
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Publicada também no blog ''Apenas Ysolda - II''