O DIA QUE A MINHA MÃE ME DEU A LUZ (mensagem para o dia das mães)

Extraído do texto:

15 DE JUNHO 1958***15 JUNHO DE 2010

A história a seguir foi contada a mim pela dona Odília que é a minha mãe, falecida em 27/11/1997, véspera do aniversário da minha filha, sua neta.O passamento da minha avó Laurinda,mãe da minha mãe ocorreu em novembro de 1979,más a minha mãe só soube em março de 1980 quando cheguei a São Paulo. Existe algo interessante nas datas relativas aos anos dos dois passamentos. Se observarmos os números 79 e 97 notaremos que houve uma troca de posições dos algarismos 7 e 9. Este fato também ocorre com a data do meu nascimento e do nascimento da minha filha . Eu nasci em 1958 e ela, em 1985, fato que também ocorreu na inversão dos algarismos, 5 e 8. Não entendo de numerologias e nem algo análogo. A verdade é que a cronologia que me afasta mais e mais do dia em que a minha mãe partiu, enche - me deverasmente das saudades que sinto dela neste dia dedicado a todas as mães.

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Tudo parecia calmo na cidade naquele dia; de repente, ouve-se o primeiro apito do vapor avisando que já estava chegando à cidade e quando isto acontecia, praticamente toda a população da cidade deixava as suas casas, rumando-se para o cais do rio,para assistir a chegada da grande embarcação. (vapor - embarcação movida por máquina acionada a vapor d ‘água) A chegada e a saída de um vapor da cidade, era um dos espetáculos mais lindos de serem assistidos. O apito ( o primeiro era dado logo que a embarcação contornava a volta da pedra, avistando a primeira curva da Sambaíba), a manobra no aporto, a chegada de pessoas que vinham das Minas Gerais, de Bom Jesus da Lapa, de Juazeiro etc., a roda traseira girando, a fumaça da chaminé, tudo era tão maravilhoso e fantástico!

Na multidão que se aflorava para o cais da cidade, à beira do Rio Corrente estava a jovem mulher, Odília, grávida, já nas horas de ganhar o bebê, acompanhada das irmãs, Dafinha, Bezinha e Neuza, que também se extasiavam com a chegada do vapor. Vale lembrar que além da chegada da embarcação,parte da população vivia uma ansiedade diferente, pois também era período de Copa do mundo, que se realizava na Suécia e havia uma grande expectativa de que o Brasil ganhasse o primeiro título mundial.

Já sentindo uma fadiga maior, a Odília comunicou às irmãs que queria voltar para a casa da Tia Rosa, e as irmãs que estavam com bastante cuidado com ela, em razão do estado avançado da gravidez , atenderam prontamente o pedido e, juntas, fizeram o caminho de volta para à casa da tia Rosa.

Ao chegar a casa, a jovem Odília reclamando de fadiga, foi para o quarto para descansar um pouco. Minutos depois, ouviu-se um choro de criança. Surpresos, todos correram para o quarto e se deparararam com um garoto recém-nascido. O Zé dos Reis,o padrasto da Odília, parteiro de profissão, que tinha vindo a Santa Maria diretamente do Povoado da Barriguda de São Manuel, região de Correntina, com o fim único e específico de realizar o parto, deu-lhe uma bronca tremenda por ela não lhe ter avisado a tempo......

Eu era o recém-nascido! Ela era a minha mãe!!!