Ainda é cedo.
Busquei-o para mim,
Em um lampejo, o vi surgir.
As brumas se desfazendo.
Trazendo seu rosto, seus braços.
Deslumbrada... Fiquei muda, petrificada.
Apenas o murmúrio do vento me fazeia arrepiar;
O vento imitava sua voz...
Aos poucos, fui me acostumando.
E a claridade pequena à minha frente.
O que era escuridao,tornou-se fonte de luz.
A luz se escondeu.
As estrelas se apagaram.
Timida, medrosa;
Caminhei em sua direçao.
E, ao tocá-lo,uma imensa paz me dominou.
Sinto-me segura.
Ele foi a gotad'agua que me salvou.
O raio de sol que me aqueceu.
Tornou-me inteira ao me tocar.
E, eu, verso rasgado, estrofe mal terminada.
Tornei-me poesia cantada.
Quando a tristeza me ronda,
busco-o no fundo da memória.
Ele é o rio que me leva para o mar.