UM ANO QUE ELA PARTIU PRA NUNCA MAIS VOLTAR
Hoje faz um ano que ela se foi...
Deve ter ido para algum jardim florido cheio de magnólias e jasmins...
Um lugar que agora lhe pertence e quem dia irá todos, inclusive a mim...
Lembro-me bem daquele outono de 2010 quando li seu e-mail, que me dizia do ontem e de sua saúde abalada; lembro bem de seus pedidos e de seu sorriso em forma de palavras para me dizer que não partiria tão cedo!
Eram 8:45h de uma manhã turbulenta; eu estava no meio do fogo cruzado do dia-a-dia de um cotidiano agressivo, mas parei para dar atenção a sua mensagem; e não sabia que ela estava se despedindo com palavras...
O telefone tocou muito, mas eu não pude atender; tinha que dar atenção a outros problemas e acabei esquecendo-se de ver que quem me ligava era meu filho, aliás, nosso filho...
Quando finalmente atendi; eis a notícia que ele me deu aos prantos: - Pai! Minha mãe morreu!
Rodou o mundo, rodou a roda gigante, rodou moinho e rodou o pião...
Todo rodou num instante na volta de meu coração...
Chorar não mais resolvia; lembrar também não!
É um daqueles dias que a gente se sente como quem partiu ou morreu...
Podemos ir contra a corrente e até tentamos resistir; mas eis que chega à hora de todos e aquele dia foi o dia dela, a mãe de meus filhos...
E como continua Buarque, a vida continua; foi tudo ilusão passageira; no peito a saudade cativa, faz força pro tempo parar; mas eis que chega a realidade da vida, que é a morte, e carrega a alegria e a saudade pra lá...
Hoje não é dia de serenata; a roda de vida dela acabou!
Não foi nada ilusão passageira, porque se ela se foi, algo de bom aqui deixou!
Hoje faz um ano que ela partiu...
Que você esteja no melhor jardim do Cosmo, com vista para a galáxia mais iluminada, ao lado daquele que tudo arquitetou; Angelita Lima de Moura...
Carlos Henrique Mascarenhas Pires