Descoberta

Há muito tempo parei de procurar por mim

Ainda não era o momento de me encontrar.

Parei minhas mudanças e resolvi não me questionar

Vivo de conta, no faz de conta que criei.

Houve um desencontro entre nós dois

Você destruiu nossa base e construiu uma ponte de desconfiança.

Agora já não dá mais para seguir em teu caminho,

A estrutura abalou e a ponte desmoronou.

Vejo à frente uma bifurcação

Sei por onde seguir, mas, não sei o que vou encontrar.

Mesmo assim, já é hora de caminhar.

Como poeta, aprendi a camuflar a dor.

Visto-me de poesia.

Para alguns, sou a imagem perfeita da felicidade...

Para mim, sou personagem de minha criação.

Poetas são feitos de sonhos, sensibilidade...

Emoção que conduz o coração.

Em poemas sou a mulher determinada,

Aquela que não aceita da vida... Nada que seja mais ou menos.

Em meus rabiscos desnudo meus fetiches...

Me solto santa ou vadia depende de quem me olha ou deseja

Também posso ser a pobre mocinha bobinha e sonhadora...

Desde que no final, ela possa se mostrar fêmea voraz.

Existem tantas mulheres presas em meu corpo, basta saber procurar.

Mas, quando fecho meu caderno e guardo minha caneta...

Vejo que minha realidade ainda é outra.

Mas, um aviso aos desavisados eu vou dar...

Muito cuidado ao me chamar

Você nunca vai ter a certeza de qual mulher vai encontrar.

Kika Brandão

*Esse texto fiz para uma amiga poetisa muito querida. Uma Pessoa com o coração de portas sempre abertas.

Kika Brandão
Enviado por Kika Brandão em 11/04/2011
Código do texto: T2902393